Total de visualizações de página

quinta-feira, 12 de maio de 2011

CRISTO E A IGREJA: UM CASAMENTO MISTERIOSO - Parte 4 de 5

         RICARDO BARBOSA DE SOUZA, com muito propriedade, observa: "Deus nos chama para participarmos da eterna comunhão que o Pai, o Filho e o Espírito Santo gozam. Este relacionamento é a razão primeira e última da teologia. Quando perguntaram para Jesus qual era o maior de todos os mandamentos, sua resposta apontou para uma dimensão relacional e afetiva: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos". Este era o fim da teologia, a razão de ser dos mandamentos e dos profetas. O apóstolo João nos dá a resposta mais simples e ao mesmo tempo profunda sobre o conhecimento de Deus. Ao afirmar que "Deus é amor" ele define a natureza pessoal do Deus bíblico". Defendendo uma espiritualidade mais teológica, afirma o referido escritor: "O propósito da espiritualidade cristã é o nosso crescimento em direção a Cristo, ser conformados à imagem de Jesus Cristo. Não se trata de um ajustamento sociológico ou psicológico, de sentir-se bem emocionalmente ou socialmente, mas de um processo de crescimento e transformação. Para Paulo isto significa caminhar em direção à perfeita varonilidade, à medida de estatura de Cristo. Ele mesmo afirma que a vida encontra-se oculta em Cristo e, por esta razão, devemos buscar as coisas do alto onde Cristo vive". O processo de crescimento em Cristo, continua ele, "é o processo no qual somos transformados pela Palavra de Deus participando cada vez mais da vida em Cristo. O apóstolo Paulo diz que uma vez que fomos ressuscitados com Cristo, nossa vida está oculta em Cristo. Portanto, a vida espiritual não é um processo de ajuste aos valores sociais dominantes, mas um caminho que envolve crise e transformação, onde a tensão entre a Palavra de Deus e o mundo estará sempre presente" ("Espiritualidade e Espiritualidades").
         A Igreja, como corpo de Cristo, como união daqueles que foram crucificados com Cristo, não pode ser lugar de pecadores, porque os verdadeiramente salvos, os que são de Cristo Jesus, já crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências (Gálatas 5:24). Cristo não é ministro do pecado (Gálatas 2:17), nem casou com uma "noiva volúvel" e "morta em pecados" sem antes purificá-la, pela lavagem da água, que é a Palavra de Deus. Essa Palavra é capaz de vivificar. Não a letra, mas o Espírito que através dEla se manifesta.   
      Aqui vale dizer: do ponto de vista de Deus, estando em Cristo, estamos sem pecado (natureza); do ponto de vista humano, enquanto no corpo desta carne, sempre seremos pó e sujeitos a praticar atos pecaminosos (atitudes), embora a nossa propensão seja buscar as coisas do Alto. Eis o motivo da aparente antinomia dos textos de I João 1: 8 e 9, e I João 3: 2 a 10. Romanos 8 nos revela que o homem espiritual busca as coisas do Espírito, e o carnal, inclina-se para as coisas da carne, do homem.
__________
CONTINUA... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para comentar, questionar, criticar, sinta-se à vontade!