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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ÚLTIMOS QUE SÃO PRIMEIROS - Parte 6


O Dia do Descanso


          Mais uma figura de "último" que passou a ser "primeiro" podemos identificar no chamado "dia do descanso". No sétimo dia Deus descansou de toda a Sua obra: "No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou" (Gênesis 2:2). Ordenou também Deus, como uma figura da obra que realizaria em Cristo, que o Seu povo reservasse um dia para descansar, a saber, o sábado, o último dia da semana. Cristo é o Senhor do sábado, e isso Ele deixou bem claro em Seus ensinamentos, porque só nEle encontramos o verdadeiro descanso. Assim, o sábado havia sido criado por causa do homem, e não o homem por causa do sábado (Marcos 2: 27 e 28). Bem por isso, Deus reservou um "descanso sabático" para o Seu povo, como figura do descanso que seria possível obter em Cristo.
            A obra de criação do mundo no Éden consumou-se com a formação do homem. A obra que Deus realizaria em Cristo, consumou-se com Sua morte e ressurreição: "Tendo-o provado, Jesus disse: "Está consumado!" Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito" (João 19:30). O Espírito de Deus foi o responsável pela ressurreição de Cristo, e também é o responsável por nossa ressurreição em Cristo, por nossa vivificação juntamente com Ele (Efésios 2: 4 a 7). O dia da ressurreição, portanto, é que efetivamente representa o "dia do descanso". Somente em Cristo, mortos para o pecado e vivos para Deus nEle, é que encontramos o verdadeiro descanso: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus 11: 28 a 30); ""Felizes os mortos que morrem no Senhor de agora em diante". Diz o Espírito: "Sim, eles descansarão das suas fadigas, pois as suas obras o seguirão"" (Apocalipse 14:13).
            A partir da ressurreição e por causa dela, o "dia do descanso", que antes era o último dia da semana, passou a ser o primeiro, isto é, o domingo. Esta a razão pela qual a igreja primitiva passou a reunir-se no domingo. Em Cristo nós entramos no verdadeiro descanso, quando Cristo passa a ser a nossa vida; nosso fardo foi carregado nEle, e nós passamos passamos a carregar o Seu fardo leve, e a viver sob o Seu jugo suave. No domingo, portanto, celebramos o descanso que Cristo conquistou para nós, e que nós conquistamos nEle, mediante a fé que nos foi outorgada pela ação da Palavra e do Espírito.
  

Conclusão

            Não há qualquer expressão sem sentido nas palavras, nos ensinamentos de Jesus. Aquela que para mim era uma das mais intrigantes passou a ser uma das mais importantes, desde que me foi revelada a sua extensão e profundidade. Possivelmente ainda há muito o que se extrair da verdade de que "últimos" são e serão "primeiros". Para mim, é suficiente saber que Deus me fez participante do Seu Reino, tendo-me assentado nas regiões celestiais em Cristo, transportando-me do reino das trevas para o Reino do Filho do Seu amor.

"Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último. Sou Aquele que Vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre"; "Estas são as palavras daquele que é o Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver" (Apocalipse 1: 17 e 18; Apocalipse 2:8)
 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

ÚLTIMOS QUE SÃO PRIMEIROS - Parte 5

  Criação do Mundo e Criação em Cristo
          
          Como já dissemos, o homem primeiramente foi feitura de Deus. Deus deixou o homem por último na obra de criação do mundo, e ainda assim resolveu fazê-lo do pó. Todas as outras coisas foram criadas pelo poder de Sua Palavra. O "homem vermelho", Adão, não. Adão e Eva, conforme foram feitos, não estavam acabados. Deus pretende criar as coisas em Cristo. Somente quando somos regenerados pelo poder da Palavra e do Espírito Santo é que nos tornamos participantes do Reino e da natureza divina. Em Adão, isto é, no nascimento natural, somos por assim dizer os últimos na ordem da criação. Em Cristo, nós nos tornamos as primícias da criação de Deus: "Por sua decisão ele nos gerou pela palavra de verdade, a fim de sermos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou" (Tiago 1:18); "Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem" (I Coríntios 15: 22 e 23); "Foram comprados dentre os homens e ofertados como primícias a Deus e ao Cordeiro. Mentira nenhuma foi encontrada em suas bocas; são imaculados" (Apocalipse 14:4-b). Isto porque foi do agrado do Pai fazer em Cristo novas todas as coisas, para que Cristo em todas as coisas tivesse a primazia (ou, a supremacia): "Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz" (Colossenses 1:18 a 20).     
          Se na primeira geração (a do Éden) o ser humano foi o último, na geração em Cristo (a da cruz e da ressurreição) ele passa a ser o primeiro, pois somente quando todos os eleitos forem regenerados em Cristo, somente quando o remanescente for salvo, virá o fim, e serão formados novos céus e nova terra.
           Que privilégio sabermos que em Cristo temos a primazia agora e nEle teremos a primazia eternamente!
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CONTINUA...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ÚLTIMOS QUE SÃO PRIMEIROS - Parte 4


Adão e Cristo
             
          Adão foi o primeiro representante da raça humana. Cristo, o último representante da raça adâmica. Adão era "um tipo daquele que haveria de vir" (Romanos 5:14). Por Adão entrou o pecado no mundo. Por Cristo Jesus, a dádiva, a graça que "decorreu de muitas transgressões e trouxe justificação" (Romanos 5:16).       

           Adão foi formado da terra; ele era feitura de Deus. Sob esse prisma, Deus não criou Adão, mas o transformou de uma mistura de pó e vento (sopro nas narinas). O homem é "pó em pé". O primeiro Adão tornou-se alma vivente. O último Adão, Espírito vivificante (I Coríntios 15:45). Adão foi o primeiro homem, formado do pó da terra. Cristo, o segundo homem, gerado dos céus, do Espírito Santo (I Coríntios 15:47).
            Portanto, mais um exemplo de "último" que se tornou "primeiro" é Cristo. Como Jesus Cristo, isto é, como o Deus-homem que veio e morreu em carne, Ele foi o último representante da raça adâmica (a qual foi destruída na cruz). Como Cristo Jesus, o primeiro representante de uma nova raça, uma nova geração, criada à Sua semelhança. Cristo é o primogênito dentre os mortos precisamente porque a partir de Sua ressurreição, e através dela, muitos outros filhos de Deus seriam igualmente gerados da morte, mediante a fé que haveria de se manifestar, e que se tem manifestado. Cristo Jesus foi o primeiro que ressuscitou, e nós temos crido que ressuscitamos juntamente com Ele, e temos nos tornado co-herdeiros do Reino dos Céus: "Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado. Ora, se morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos. Pois sabemos que, tendo sido ressuscitado dos mortos, Cristo não pode morrer outra vez: a morte não tem mais domínio sobre ele. Porque morrendo, ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas vivendo, vive para Deus. Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Romanos 6: 6 a 11); "Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurai as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus" (Colossenses 3:1)
            Jesus Cristo foi crucificado, e com Ele a natureza da raça adâmica. Cristo Jesus foi ressurreto, e nós juntamente com Ele para uma nova vida guiada pelo mesmo Espírito que O ressuscitou dentre os mortos e que em nós fez morada, e de nós fez santuário de Deus: "Vocês não sabem que são santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado" (I Coríntios 3: 16 e 17).
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CONTINUA...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

ÚLTIMOS QUE SÃO PRIMEIROS - Parte 3


Primogênitos Preteridos
 
            Todo esforço humano no sentido de alcançar Deus é inócuo. O homem só se chega a Deus quando este, por graça, se chega a ele, retirando-o de seu estado miserável e transportando-o do reino das trevas para o Seu Reino de luz. A religião, à parte da graça divina, é, portanto, ineficaz no seu propósito de "religar" o homem a Deus. É pela graça que somos salvos.
           Na primeira filiação humana vemos uma figura bem clara disso. Abel parece ter entendido que só a graça pode nos fazer chegar a Deus. Por isso sua oferta que apontava para o sacrifício de Cristo (a oferta de graça do próprio Deus) foi aceita. A oferta de Caim, um símbolo da religião, pois representava o fruto do esforço próprio, foi rejeitada. Caim, o primogênito, foi rejeitado. Abel, o mais novo, aceito.
            A herança do Reino de Deus só pode ser conquistada por graça do próprio Deus. Com efeito, não sendo nós filhos legítimos (pois desde a queda de Adão o pai espiritual do homem é o diabo), é preciso sermos adotados em Cristo, mediante a ação do Espírito Santo. Como já vimos, a lei (o filho mais velho) não pode fazer do homem participante do Reino. Pode, quando muito, ajudá-lo a levar uma vida "casta" e isenta de certos tipos de problemas. A graça (o filho mais novo) sempre esteve nos propósitos de Deus, por amor ao Seu próprio Filho, o Cordeiro que já havia sido crucificado desde antes da fundação do mundo.
            Essa questão foi muito bem representada na história da filiação do povo judeu. O primogênito, isto é, o filho mais velho, era aquele que haveria de suceder, de herdar os bens do Pai. JOHN DAVIS ensina: "Os primeiros filhos, nascidos de um casal, gozavam de certos direitos e privilégios que não eram partilhados pelos outros filhos mais moços. O filho mais velho, ordinariamente, gozava os direitos de sucessão na família de que se tornava chefe e representante". Sem embargo dessa rigorosa tradição familiar, na história dos patriarcas os mais novos, isto é, os "últimos" é que acabavam herdando. Os primogênitos eram preteridos.
            Abraão recebeu a promessa de uma grande descendência. A promessa, na realidade, apontava para Cristo, pois é em Cristo que Deus chama a Sua descendência, por meio da graça e da fé que se manifestam nEle e através dEle. O "filho da promessa" era Isaque. O "filho da carne", da incredulidade, do esforço próprio, foi Ismael, que foi o primeiro, o mais velho. Qual dos dois foi aceito? Isaque, o último, o mais novo. Ismael foi expulso porque, conforme Deus mesmo declarou a Abraão, "será por meio de Isaque que a sua descendência há de ser considerada" (Gênesis 21:12). 
            Isaque, por sua vez, teve 2 filhos: Esaú e Jacó. Quem deveria ser o herdeiro? Esaú, o primeiro, o mais velho. Qual dos dois foi aceito? Jacó, o último, o mais novo. Antes de nascerem, Deus já havia escolhido Jacó, alvo e figura de Seu amor gracioso: "Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má - a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, não por obras, mas por aquele que chama - foi dito a ela: "O mais velho servirá ao mais novo". Como está escrito: "Amei Jacó, mas rejeitei Esaú"" (Romanos 9: 11 e 12). Quem serviria quem? O mais velho serviria ao mais novo. A Lei serve à graça, e não o contrário. O propósito de Deus sempre foi manifestar a Sua graça. A Lei foi apenas um condutor para a realização de Seu propósito. É interessante que Jacó foi amado por Deus quando ainda no ventre de sua mãe. O que é isso? É graça! Pela Lei, Esaú seria o herdeiro, mas Deus moveu todas as circunstâncias de modo que a primogenitura passasse às mãos de Jacó. Mas não foi só isso. Jacó, que antes não conhecia a Deus, passou a se chamar Israel, depois de ter sido quebrantado, depois de haver lutado com um anjo do Senhor, experiência que aponta para a regeneração do pecador, operada mediante a morte e ressurreição com Cristo. Israel permaneceu por causa do propósito de Deus de chamar a Sua descendência em Cristo.
            Israel teve 12 filhos. O último, José, tornou-se o primeiro. Quem governou sobre quem? José foi posto em um alto lugar e governou sobre todos os demais irmãos.
            José teve 2 filhos: Manassés e Efraim. Ambos foram levados à presença de Israel, o avô, para receber deste a benção. Quem recebeu a benção da mão direita? Efraim, o último, o mais novo. Vejam que interessante: "Quando José viu seu pai colocar a mão direita sobre a cabeça de Efraim, não gostou; por isso pegou a mão do pai a fim de mudá-la da cabeça de Efraim para a de Manassés, e lhe disse: "Não, meu pai, este aqui é o mais velho; ponha a mão direita sobre a cabeça dele". Mas seu pai recusou-se e respondeu: "Eu sei, meu filho, eu sei. Ele também se tornará um povo, também será grande. Apesar disso, seu irmão mais novo será maior do que ele, e seus descendentes se tornarão muitos povos". E colocou Efraim à frente de Manassés" (Gênesis 48: 17 a 20).
            Parece difícil entender como os primeiros, os primogênitos, os mais velhos, foram preteridos dessa maneira. Trata-se, entretanto, de uma figura maravilhosa do propósito de Deus segundo a Sua graça, a qual está muito acima da Lei.
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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ÚLTIMOS QUE SÃO PRIMEIROS - Parte 2


A Lei e a Graça

            A questão de judeus (os que vivem sob a lei) e gentios (os que vivem sem lei) dá lugar à dicotomia "lei e graça". Ambas provêm de Deus, mas não podem coexistir. A graça nos é dada em Cristo, o qual representa o fim da Lei: "Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça. Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo" (João 1: 16 e 17); "Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo" (Hebreus 1: 1 e 2); "Nós, judeus de nascimento e não 'gentios pecadores', sabemos que ninguém é justificado pela prática da Lei, mas mediante a fé em Cristo Jesus. Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pela prática da Lei, porque pela prática da Lei ninguém será justificado" (Gálatas 2: 15 e 16); "Então a Lei opõe-se às promessas de Deus? De maneira nenhuma! Pois se tivesse sido dada uma lei que pudesse conceder vida, certamente a justiça viria da lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, a fim de que a promessa que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que crêem. Antes que viesse essa fé, estávamos sob a custódia da Lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor" (Gálatas 3: 21 a 25). Quem veio primeiro, a lei ou a graça? A Lei, certamente. E onde acaba a Lei? Em Cristo, o "unigênito vindo do Pai cheio de graça e de verdade" (João 1:14). Se alguém está em Cristo é nova criatura (II Coríntios 5:17). A graça é Ele mesmo, e a fé que nos justifica está nEle, que afinal é o autor e consumador da fé, conforme lemos em Hebreus 12:2. A Lei foi o tutor até Cristo. Mas vindo Cristo na plenitude dos tempos derramar "graça sobre graça", foi-nos outorgada a fé que nos justifica, tornando a lei arcaica. Moisés, a Lei e os profetas foram os "primeiros" que se tornaram "últimos" em face da presença de Cristo na vida daqueles em quem, por graça, o Espírito Santo, o Espírito de Cristo, faz morada, substituindo o princípio da lei pelo princípio da graça; a lei do pecado e da morte pela lei do Espírito de vida. Tendo chegado a fé, já não estamos sob o controle do tutor, isto é, da Lei. Alguns perguntariam: Então podemos pecar e fazer tudo o que for contrário à Lei? A dúvida assola a humanidade desde os primórdios da cristandade, mas Paulo já colocara bem a resposta: "De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte?" (Romanos 6: 1 a 3).

            A Lei dada a Moisés, que tantos acréscimos de homens sofreu, tornou-se, portanto, inócua na presença da graça. Cristo é o cumprimento da Lei. Os judeus, e todos quantos na atualidade estribam-se no cumprimento da Lei, buscando justificar-se por intermédio dela, estão sendo preteridos por aqueles que em Cristo estão sendo agraciados com o Reino de Deus (João 3: 3 e 5). Estes estão sendo regenerados por graça, de acordo com a vontade de Deus, para que o propósito de Deus conforme a eleição permaneça firme (Romanos 9:11).

            Logo, a Lei é um "primeiro" que passou a ser "último"; e a graça um "último" que passou a ser "primeiro". Por conseguinte, os gentios que estão sendo chamados por último estão entrando primeiro no Reino de Deus. Isto até que chegue a "plenitude dos gentios", conforme bem explica o apóstolo Paulo nos versículos 25 a 32 de Romanos 11. O próprio Jesus deixou transparecer em suas parábolas e em Seus ensinamentos que a lei precedeu à graça na linha do tempo, como também que a graça precede à lei no propósito eterno de Deus. 
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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ÚLTIMOS QUE SÃO PRIMEIROS - Parte 1

("Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos" - Mateus 20:16)
 

           Dentre as frases intrigantes (sob o ponto de vista humano) de Jesus, encontramos esta que nos serve de texto-base. Em algumas passagens dos evangelhos o Filho de Deus cuidou de lançá-la, como se vê a seguir: "Contudo, muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros"- Mateus 19:30; "Contudo, muitos primeiros serão últimos, e os últimos serão primeiros" - Marcos 10:31; "De fato, há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos" - Lucas 13:30. Vemos, portanto, que se trata de uma verdade que se tornou enfática nos ensinamentos de Jesus, pois dela lançou mão repetidas vezes e em ocasiões distintas. Se tivesse afirmado apenas uma vez, já nos causaria curiosidade. Mas, como vemos, a verdade foi reafirmada e confirmada. Alguns, como fiz eu, se perguntam: o que significa "últimos que serão primeiros"?
            Não há registro nos evangelhos que revelem claramente o significado da assertiva. Nada obstante, Jesus deu uma dica importante ao usar a frase ao final da "parábola dos trabalhadores", a respeito da qual já tivemos oportunidade de escrever sob o título "Trabalhadores Sem Graça". A referida parábola trata da graça de Deus, da participação em Seu Reino, tendo Jesus deixado claro que os agraciados são aqueles que foram os "últimos" a serem chamados, mas os "primeiros" a serem recompensados, figurativamente querendo significar que foram os primeiros a entrar no "descanso do Senhor". Bem por isso Jesus declarou: "Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus" (Mateus 21:31). Quem eram esses "vocês"? Certamente os judeus. Jesus veio para o que era seu, a saber, o povo Judeu. Mas os seus não o receberam, de maneira que "aos que o receberam (tanto gentios quanto judeus) deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne, nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus" (João 1: 12 e 13 - comentamos).
            O que fica patente aqui é que a graça é para aqueles que se consideram falidos (tanto gentios quanto judeus). Os judeus, como povo, se consideravam escolhidos, mas julgavam-se tão importantes que queriam ser melhores do que o Filho de Deus e do que o próprio Deus, estribando-se nas leis, nas obras e nos próprios méritos, no alto conceito que faziam e fazem de si mesmos. Portanto, embora a promessa de Cristo tenha-se cumprido por intermédio dos judeus, os gentios estão tendo o privilégio de entrarem antes deles no Reino de Deus, por causa da graça soberana de Deus.
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