Total de visualizações de página

terça-feira, 23 de julho de 2013

POBREZA, NUDEZ E CEGUEIRA DA IGREJA DOS ÚLTIMOS TEMPOS - Parte 5


"Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, para ungires os teus olhos, a fim de que vejas" (Apocalipse 3: 17 e 18)



            Cristo foi feito para nós, da parte de Deus, não apenas salvação, sabedoria e santificação, mas também justiça (I Coríntios 1:30). Como disse Deus através do profeta, o Seu nome é "O Senhor, Nossa Justiça" (Jeremias 23:6).
            A atitude de qualquer ser humano que se descobre (pela revelação da Palavra e do Espírito Santo) nu diante de Deus, sem as vestes da justiça de Cristo, deve ser a mesma adotada pelo filho chamado pródigo, o qual, reconhecendo-se pecador e indigno (despido de justiça própria), compareceu perante o pai (figura do próprio Deus) na total dependência da justiça deste, de sorte que foi vestido da melhor túnica, anel na mão e sandália nos pés, e passou a gozar de comunhão íntima com o pai, bem como de todos os seus bens, pois foi recebido como filho (Lucas 15: 21 e 22).
            Para que a vergonha da nudez do pecado seja desfeita, e não seja notória, precisamos ser revestidos de Cristo: "Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, pois todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo" (Gálatas 3: 26 e 27); "Antes, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências" (Romanos 13:14); "Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o ouvistes, e nele fostes ensinados, conforme é a verdade em Jesus, que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso entendimento; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade" (Efésios 4: 20 a 24). Para que isso ocorra, Deus nos outorga, por graça, fé em nossa morte com Cristo para o pecado, para o "eu", para a lei, para a carne, para o mundo, a fim de vivermos em novidade de vida (a qual nos foi dada pela Sua ressurreição dentre os mortos - I Pedro 1:3), não tendo mais as vestes sujas de nossa justiça própria para apresentar, mas as vestes brancas da justiça de Cristo em nós imputada por Seu Espírito, que além de nos cobrir, de nos revestir, de nos justificar, também serve para nos adornar, para nos apresentar adequadamente nas bodas do Cordeiro: "Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória! Pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou. Foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, resplandecente e puro. O linho fino são os atos de justiça dos santos" (Apocalipse 19:8).
__________
CONTINUA...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

POBREZA, NUDEZ E CEGUEIRA DA IGREJA DOS ÚLTIMOS TEMPOS - Parte 4


"Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, para ungires os teus olhos, a fim de que vejas" (Apocalipse 3: 17 e 18)



            Muitos têm buscado a justiça Divina alicerçados no fundamento da justiça própria e têm fracasso no intento, a exemplo dos judeus contemporâneos do Apóstolo Paulo, que tinham zelo de Deus, mas não com entendimento: "Visto que não conheceram a justiça de Deus, e procuraram estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à que vem de Deus". Ademais, "o fim da lei é Cristo para justiça de todo o que crê" (Romanos 10: 3 e 4). O justo viverá da fé. Justo, na ótica de Deus, só quem crê. Sem a fé no verdadeiro Evangelho, que trata da abrangência e da suficiência do sacrifício de Cristo, não pode haver justificação do injusto e malsinado pecador. E essa fé (que vem pelo ouvir o Evangelho das boas novas de Cristo, a Palavra da salvação) tem sido pouco detectada nos arraiais ditos cristãos de nossos dias, dentre outras razões pelo desconhecimento da justiça de Deus em Cristo, pela ignorância desse Evangelho.
            Na igreja dos últimos tempos a situação não é muito diferente daquela observada por Paulo em relação aos judeus de sua época. Note-se que, embora não se possam cobrir com as suas obras (que trazem implícita a idéia de mérito e de justiça própria, ou de autojustificação), porque são obras de iniqüidade, muitos desses operadores de milagres, sinais e prodígios ainda insistirão na suficiência de seus feitos, de maneira que ouvirão no dia do Juízo: "Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade!" (Mateus 7:23). Suas atitudes até podem ser boas (sob o ponto de vista humano), mas são provenientes de pessoas más, que nessa condição só podem praticar o que é mal (iniqüidade) aos olhos de Deus, exatamente pela falta da justiça de Deus (eqüidade) neles. Vale dizer: buscam na prática uma justiça com base em si mesmos e em suas obras, não aquela justiça que decorre da suficiência de Cristo em nós; do Seu sacrifício compartilhado com o iníquo pecador; da sua vida, fé e amor gratuitamente outorgados ao condenado transgressor. A justificação do culpado, em termos espirituais, foi cabalmente conquistada por um só ato de justiça, a saber, a morte do Cordeiro de Deus, que nos atraiu a Si mesmo, a fim de que incluídos em Seu corpo fôssemos feitos justiça de Deus, perdendo a nossa justiça e a nossa própria vida em Sua morte, para ganharmos a justiça de Deus e a vida de Cristo na Sua ressurreição: "Pois se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Romanos 5:10); "Pois se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e o dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio juízo sobre todos os homens, para condenação, assim também, por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens, para justificação e vida" (Romanos 5: 17 e 18).
__________
CONTINUA...

domingo, 21 de julho de 2013

POBREZA, NUDEZ E CEGUEIRA DA IGREJA DOS ÚLTIMOS TEMPOS - Parte 3

"Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, para ungires os teus olhos, a fim de que vejas" (Apocalipse 3: 17 e 18)



Vestes Brancas

             As vestes brancas representadas pelo Cordeiro de Deus, o Cristo, são as únicas capazes de cobrir a vergonha da nudez espiritual do homem caído, depravado, escravizado e condenado pelo pecado. Quando se fala em vestes, no sentido espiritual, devemos sempre pensar em justiça: "As suas teias não prestam para vestes; não se podem cobrir com as suas obras. As suas obras são obras de iniqüidade, obra de violência há nas suas mãos" (Isaías 59:6); "Todos nós somos como o imundo, e todos os nossos atos de justiça como trapo de imundícia; todos nós caímos como a folha, e os nossos pecados como um vento nos arrebatam" (Isaías 64:6); "Eu me regozijo muito no Senhor; a minha alma se alegra no meu Deus. Pois ele me cobriu com vestes de salvação, e me envolveu com o manto de retidão" (Isaías 61:10-a); "Ora, Josué, vestido de trajes sujos, estava diante do anjo. Então falando este, ordenou aos que estavam diante dele: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a Josué disse: Vê, tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de trajes finos" (Zacarias 3: 3 e 4); "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (II Coríntios 5:21).
            O primeiro exemplar da raça humana, Adão, cometeu um ato de injustiça, de desobediência, e introduziu o pecado (natureza pecaminosa) no mundo. Para justificar-se, e tentar esconder a vergonha da sua nudez, o seu próprio pecado, ele mesmo preparou um avental com folhas de figueira (Gênesis 3:7). Obviamente, a vestimenta não agradou a Deus, nem foi adequada para o fim colimado. A justiça de Deus só pode ser cumprida em Cristo, e este crucificado. Por essa razão, Deus providenciou vestimenta de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu (Gênesis 3:21). A figura aponta para o sacrifício do próprio Filho de Deus, para as vestes de justiça de Cristo em nós. O único meio de o homem ser justificado do pecado é por meio da morte compartilhada com Cristo, mediante o batismo (inclusão) na morte: "Pois sabemos isto, que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado; porque aquele que está morto está justificado do pecado" (Romanos 6: 6 e 7). Isso porque nossos trajes são completamente impróprios; nossos atos de justiça são equiparados a panos sujos de menstruação (em termos modernos, absorvente íntimo usado), de maneira que é realmente vergonhosa a situação de quem busca se aproximar do único Deus, o Todo-Poderoso, que é santo, incorruptível e justo, com base em seus próprios méritos, em seu próprio conceito de justiça, ou em sua justiça própria.
__________
CONTINUA...

sábado, 20 de julho de 2013

POBREZA, NUDEZ E CEGUEIRA DA IGREJA DOS ÚLTIMOS TEMPOS - Parte 2


"Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, para ungires os teus olhos, a fim de que vejas" (Apocalipse 3: 17 e 18)



            A verdadeira riqueza decorre da presença do Divino em nós, bem como da obra que Deus realiza em quem adota como filho por meio da fé: "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou" (João 6:29). O ouro representa Deus, Sua natureza, e Sua obra. O ouro refinado pelo fogo simboliza a fé. Sem fé é impossível agradar a Deus, e nesse caso, como em todos os demais, nós recebemos dEle para que possamos agradá-lO: "Toda essa riqueza que ofertamos para construir um templo em honra ao teu santo nome vem das tuas mãos, e toda ela pertence a ti" (I Crônicas 29:16). Imagino a cena de um filho pedindo um valor significativo de dinheiro ao seu pai, e com aquele montante adquire um maravilhoso presente para agradá-lo. Assim é no tema da fé. Somos agraciados por Deus para crer, e mediante essa fé somos salvos, santificados, e podemos agradar Àquele que no-la deu. Só cremos porque Deus graciosamente nos leva a crer, e através dessa fé podemos viver a vida que Lhe agrada: "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam" (Hebreus 11:6). Sendo a fé a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem, em matéria espiritual nada pode ser realizado em nós sem ela. Se Deus é Espírito (e sabemos que de fato o é), e se os mundos foram criados e permanecem até hoje sustentados pelo poder de Sua Palavra, nossa tarefa (da qual não nos desincumbimos por conta própria) é crer nAquele que não pode ser visto, bem como no poder, na veracidade, e na confiabilidade de Sua Palavra e de Sua pessoa.
            Pelo poder de Deus, nós (os que cremos) também somos sustentados mediante a fé, nos diz o apóstolo Pedro. Assim, Deus nos dá fé para começarmos a crer, e nos sustenta pelo Seu poder que se revela nessa mesma fé. Por isso, a riqueza desse dom deve ser manifestada através das provações, para que entendamos a importância e o valor que ele (o dom) tem perante Deus: "Essas provações são para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo" (I Pedro 1:7).
            O ouro é, destarte, a presença do Divino, do Deus eterno, criador e sustentador de todas as coisas. O que Ele realiza em nós, por meio da fé sempre provada é mais precioso do que o ouro que perece, porque esse ouro produzido em nós não perece, mas dura para sempre. A fé é a riqueza que a igreja dos últimos tempos (e em última análise toda a gente) precisa para que se considere verdadeiramente rica. Todas as outras espécies de riqueza (bens, dinheiro, saúde, talentos pessoais, inteligência, prestígio...), quando desassociadas da fé, são falsas, insignificantes, passageiras.
__________
CONTINUA...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

POBREZA, NUDEZ E CEGUEIRA DA IGREJA DOS ÚLTIMOS TEMPOS - Parte 1


"Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, para ungires os teus olhos, a fim de que vejas" (Apocalipse 3: 17 e 18)

  
          Nada parece ser mais triste do que uma miséria tal que envolva pobreza, nudez e cegueira. Alguém que assim se encontre é certamente digno de piedade. No texto em comento, esse alguém é nada menos do que o pastor da igreja em Laodicéia. E não apenas ele, mas também as suas ovelhas,  afinal "quais púlpitos, tais os bancos".
          A igreja em Laodicéia, conforme descrita no Apocalipse, é um "tipo" (*) da igreja dos tempos do fim (não estamos nos referindo à igreja que se auto denomina de "igreja dos santos dos últimos dias"). Sabemos, sem muito esforço exegético, que essa é a igreja da atualidade (note-se: igreja com "i" minúsculo, haja vista tratar-se de uma igreja meramente nominativa. Não se trata da verdadeira Igreja de Cristo). Considerando-se rica, abastecida e auto-suficiente, na realidade está ela desprovida da presença do Altíssimo e, por isso mesmo, encontra-se pobre, cega e nua. Sua condição de completa miséria decorre da presunção de ter tudo, quando na realidade nada possui. Diz pertencer a Deus, mas pertence ao diabo. Diz ser espiritual, mas é carnal. Diz ser viva, mas de fato está morta em seus delitos e pecados, porquanto desprovida da glória de Deus na pessoa de Cristo. Trata-se de uma igreja que não conhece o Deus a quem diz servir e pertencer. O quadro é triste, a visão é desoladora, a realidade espiritual que o tipo encerra é assustadora, principalmente quando vemos o seu antítipo por toda parte.
            O que uma igreja nessa condição precisa é da presença do Deus trino, o que fica patente no conselho dado por Jesus por intermédio do apóstolo João. Os três itens de que a igreja em Laodicéia tinha falta apontavam para a Trindade: OURO refinado pelo fogo, representando Deus-Pai; VESTES BRANCAS, representando Deus-Filho e; COLÍRIO, representando o Deus-Espírito. 

Ouro Refinado pelo Fogo
            
          Em Jó 22:25 lemos: "Então o Todo-Poderoso te será por ouro" ou, em outra versão, "o Todo-Poderoso será o seu ouro". No Tabernáculo que Deus ordenara a Moisés construir, várias peças de madeira eram revestidas de ouro, a exemplo das tábuas, do altar, da mesa dos pães da Presença e da Arca. O Tabernáculo era uma representação do próprio Cristo. A madeira representava Sua humanidade, e o ouro a Sua natureza divina. ADA HABERSHON observou com propriedade: "Era o Deus-homem; e o ouro, o divino, embora estivesse freqüentemente encoberto da vista, via-se no decurso da totalidade da vida de Jesus, nos milagres que operava e nas palavras que falava. No monte da transfiguração essa glória foi plenamente vista; e mesmo quando Jesus se humilhou e se tornou obediente à morte, à morte de cruz, o centurião e aqueles que estavam com ele disseram: 'Verdadeiramente este era Filho de Deus'". A natureza divina estava em Cristo, assim como está em todos aqueles que estão em Cristo, que são nascidos do Alto, que foram feitos filhos de Deus e participantes de Sua natureza.
 ---------
 (*) (em teologia "tipo" significa "representação")
__________
CONTINUA...
  







sexta-feira, 12 de julho de 2013

TEMPOS DE APOLOGIA AO PRAZER - Parte 4


            O objetivo, o prazer, a comida de Cristo era fazer a vontade do Pai. Essa também é a comida de todo aquele que nasce do Alto, daquele que está em Cristo (I PEDRO 4: 1 e 2).
            O grande problema daqueles que foram tragados pelo Dilúvio e pela mistura de fogo e enxofre enviada do Céu foi não ter dado ouvidos à Palavra de Deus. Eles estavam se deleitando no mundo e com as coisas de um mundo que estava prestes a ser destruído. Assim, para eles não era nem um pouco interessante acreditar naquelas profecias, pois anunciavam o fim de todo aquele divertimento, de todo aquele prazer que estava sendo gozado. Não tem sido exatamente essa a reação de quem se depara com o apelo do Evangelho em nossos dias? Não é perceptível a indiferença generalizada (inclusive dentro das igrejas) em relação à verdadeira fé e ao autêntico arrependimento? Não foi sem razão a advertência de Paulo de que nos últimos tempos as pessoas seriam mais amantes dos prazeres do que amantes de Deus (II TIMÓTEO 3:4).
            Impende refletir à luz do que foi exposto: ONDE ESTÁ O NOSSO PRAZER? DE QUEM TEMOS NOS ALIMENTADO, DE NÓS MESMOS OU DE CRISTO? ESTAMOS VIVENDO PARA SATISFAZER NOSSA VONTADE ÍMPIA OU PARA FAZER A VONTADE DE DEUS? A diferença entre o Reino de Deus e o reino do mundo está aí, "pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (ROMANOS 14:17). Além disso, trata-se de um Reino de riquezas e prazeres sem fim, provenientes da Palavra de Deus: "Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite" (SALMOS 1:1 e 2); "Aleluia! Como é feliz o homem que teme o Senhor e tem grande prazer em seus mandamentos" (SALMOS 112:1).

Soli Deo Gloria!!!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

TEMPOS DE APOLOGIA AO PRAZER - Parte 3


            Ao comentar a clássica obra de Dostoiévsky, "Os Irmãos Karamazov", JAMES HOUSTON pondera: "O personagem que mais nos ajuda a compreender a natureza do vício é Zossima, o viciado convertido. Ele reconhece que é 'a interpretação da liberdade como a multiplicação e a rápida satisfação dos desejos' que leva 'os homens a distorcerem sua própria natureza, pois assimilam muitos desejos e hábitos insensatos e descabidos, muitas fantasias ridículas. Vivem para invejar uns aos outros, buscar o luxo e a ostentação'". O personagem indicado então pergunta: 'Como pode um homem livrar-se de seus hábitos? Qual será o fim de alguém que já está tão escravizado pelo hábito de satisfazer os inúmeros desejos que criou para si mesmo? Ele está isolado, e que importa a ele o que possa acontecer com o resto do mundo? Pessoas como ele conseguiram acumular um maior volume de bens, mas a alegria no mundo tem diminuído'. A resposta HOUSTON apresenta ao analisar o tema da obra de Dostoiévisky: "O tema que perpassa todo o romance são as palavras inscritas no intróito, as palavras de Cristo: 'o grão de trigo tem de morrer para que possa dar fruto'. Temos de morrer para nossa vida viciada, a fim de que possamos apossar-nos da vida que nos é dada pela ressurreição de Cristo" (ob. cit., p. 87/88).
            Vislumbra-se neste ponto a solução para os vícios do mundo, para o vício do prazer, e para o germe do pecado que nos torna escravos de nós mesmos e deste sistema mundial falido. Ao invés de buscarmos satisfação na comida, na bebida, nas concupiscências do mundo, devemos buscar a satisfação, a suficiência e a excelência em Cristo. Cristo não é apenas o sentido da vida; Ele é a própria vida. Assim, a verdadeira comida e a verdadeira bebida são a Sua carne e o Seu sangue: JOÃO 6: 48 a 58. Jesus é o "pão que desceu do céu". Quem dele come vive eternamente. Esse Pão é a Sua carne, representando assim o Seu morrer e a nossa união eterna com Ele na morte e ressurreição. Só depois que cremos que fomos mortos com Ele e que estamos vivos nEle para Deus podemos nos alimentar dEle. Antes disso, comemos, bebemos, buscamos prazer e divertimento para o momento; estamos em busca do nosso próprio deleite em obediência à nossa ímpia vontade escravizada pelo pecado. Contudo, se estivermos unidos com Cristo, passaremos a comer, beber, e a fazer todas as demais coisas para a glória de Deus. Essa experiência fica clara quando Jesus explica que comer é ir a Ele, e beber é crer nEle (JOÃO 6:35). Só podemos ir a Ele e crer nEle se o Pai nos conceder tal graça (JOÃO 6: 29 e 44). Após nossa vivificação, nossa redenção subjetiva, passamos a crer como Paulo (não mais eu, mas Cristo em mim), por causa do Espírito Santo que em nós passa a habitar (I JOÃO 4:13).
__________
CONTINUA...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

TEMPOS DE APOLOGIA AO PRAZER - Parte 2


            Nossos dias são marcados por essa busca exacerbada do prazer imediato e efêmero, o que só não é mais triste porque é cumprimento de profecia. Em MATEUS 24: 36 a 39 lemos: "Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai. Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores aos dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o Dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem". Vemos tal profecia reproduzida em LUCAS 17: 26 a 30 nos seguintes termos: "Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o Dilúvio e os destruiu a todos. Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos. Acontecerá exatamente assim no dia em que o Filho do homem for revelado". Nota-se que bem antes das teorias de Epicuro a mente acentuadamente voltada para o prazer já era peculiar à humanidade, sendo a causa de sua destruição. O que motiva o homem natural é o que também o destrói.
            G. H. PEMBER, em sua clássica obra "AS ERAS MAIS PRIMITIVAS DA TERRA" traça um interessante paralelo entre os dias de Noé e os dias atuais, que no caso do autor correspondia ao início do século XIX. Ele faz uma análise dos dias de Noé e traça 4 características básicas: 1a.) AUMENTO RÁPIDO DA POPULAÇÃO; 2a.) O CRESCIMENTO DA CIÊNCIA; 3a.) CORRUPÇÃO e DERRAMAMENTO DE SANGUE POR TODA PARTE; 4a.) OS HOMENS COMIAM, BEBIAM, CASAVAM-SE e DAVAM-SE EM CASAMENTO. Prova-se, dessa análise, que a história é cíclica e que o ser humano, sob o aspecto moral, não melhora com o passar do tempo. O que marcava os tempos de Noé e de Ló são traços bem delineados da humanidade quase 6.000 anos depois. O autor conclui sua narrativa da seguinte maneira: "Dolorosa foi a prova de que o homem, se não for contido, e deixado aos próprios desejos, não será capaz de recuperar sua inocência, mas seguirá totalmente o caminho da sensualidade e da ímpia vontade própria até encontrar-se engolfado no abismo da perdição" (pg. 218 - destacamos).
            É muito feliz a expressão "ímpia vontade própria", o cerne da natureza pecaminosa que aumenta em proporção direta ao aumento populacional. A diferença está toda aí: na vontade. Enquanto Cristo se alimentava de fazer a vontade de Deus, o homem natural morto em delitos e pecados se alimenta de sua própria vontade, e esta movimenta-se em direção à satisfação dos desejos dos olhos, dos desejos da carne, e da soberba da vida. Como disse JOÃO em sua primeira carta, essas coisas são do mundo, não de Deus: "Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo" (I JOÃO 2:16).
__________
CONTINUA...

terça-feira, 9 de julho de 2013

TEMPOS DE APOLOGIA AO PRAZER - Parte 1


("Disse Jesus: 'A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra'" - João 4:34; "Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus" - I Coríntios 10:31)


            O ser humano tem-se caracterizado notadamente pela busca do prazer. Velada ou não, essa é a motivação primordial da existência humana desde que o mundo é mundo de pecado. Na busca do sentido da vida ou da excelência naquilo que realiza o homem manifesta inequivocamente vontade inata e egoísta de sentir prazer ou de satisfazer seu ego plenamente. É algo que está, usando a expressão de KARL JUNG, no "inconsciente coletivo".
            JAMES HOUSTON associa tal característica à origem dos vícios: "Em termos neurológicos, os hábitos e as atitudes viciadas são facilmente incorporados à nossa constituição. Poderíamos chamar esse processo de "Viés Neurótico", pois é resultado de nosso desejo inconsciente de evitar a dor e de buscar o que é prazeroso nos campos físico e emocional. Podemos criticar Freud por ele ter exagerado o que ele chamou de "Princípio do Prazer", mas é certo que este constitui elemento vital na formação de qualquer vício. Da mesma forma que a matéria é puxada para baixo pela gravidade, assim também os seres humanos gravitam na direção daquilo que é prazeroso" ("A Fome da Alma", p. 73/74).
            Nesse pensar, é natural que o prazer seja elogiado e tenha lugar de proeminência entre os homens. Os tempos atuais se caracterizam, todavia, pela exacerbação dessa busca; pelo exagerado enaltecimento do prazer, o que se explica pela absoluta falta de sentido para a vida (característica marcante dos tempos do fim) ocasionada pelo completo abandono da Palavra de Deus, o próprio Cristo.
            Não é de se admirar, portanto, que a "Dave Matthews Band", uma das Bandas de Pop Internacional que mais dinheiro fatura com shows ao redor do mundo, cante em uma de suas músicas mais conhecidas: "Eat, drink, and be merry, for tomorrow we'll die" (Comamos, bebamos e nos casemos porque amanhã morreremos). Talvez ficássemos surpresos e escandalizados se a idéia fosse nova, mas de fato é muito antiga. Epicuro, por volta de 300 antes de Cristo, já desenvolvera a "ética do prazer" de Aristipo, segundo a qual o prazer é o meio e ao mesmo tempo o fim da existência. A palavra de ordem dos epicureus era "Viver o momento". Em nossos dias chamam-se epicuristas aqueles que vivem pelo prazer.
            Podemos dizer que Elvis Presley, o chamado "Rei do Rock" era um epicurista. Em sua famosa "It's now or never" ("É agora ou nunca") ele cantava: "Dê-me um beijo, minha querida... Seja minha hoje à noite... amanhã será muito tarde... é agora ou nunca... meu amor não poderá esperar". O verdadeiro amor tudo espera, e quem crê não se apressa. O "Rei", a par de suas muitas virtudes e de seu talento inquestionável, revelara-se um amante do prazer imediato e um incrédulo.
__________
CONTINUA...

terça-feira, 18 de junho de 2013

O DEUS QUE VIVIFICA OS MORTOS - Parte 4


            O espírito morto do homem não pode conviver com o Espírito Santo. Isto significa que o homem não pode ser morto e vivo ao mesmo tempo (lembrando: “não se põe remendo novo em pano velho, nem vinho novo em odres velhos). Assim, o espírito morto tem de ser destruído, o que foi realizado na cruz do calvário. Cristo atraiu o espírito morto do homem na cruz, destruio-o, e formou um novo espírito na Sua ressurreição. O Espírito que ressuscitou a Cristo dentre os mortos deu vida a esse espírito antes morto, de sorte que podemos dizer que morremos com Cristo e ressuscitamos com Ele, isto é, meu espírito antes morto em Adão foi sepultado em Cristo para adquirir vida: a vida de Cristo. E isso tudo foi obra lá do calvário, obra da graça do Deus que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade. Jesus deixou claro que o que se semeia não nasce se primeiro não morrer. A semente só germina depois que morre. Assim, não há novo nascimento sem morte. Para que o homem natural nasça do Espírito e da Palavra, o seu espírito precisa morrer para a própria morte que lhe era característica. E é a própria Palavra que se manifesta trazendo-nos o conhecimento de que o nosso velho homem foi com Cristo crucificado para que não sirvamos mais ao pecado como escravos. O Espírito age em uma relação simbiótica com a Palavra, dando-nos a experiência, fazendo-nos considerar que, pela obra do calvário, já estamos mortos para o pecado, mas vivos para Deus EM Cristo Jesus (Romanos 6: 6 e 11). Aquele que está EM Cristo é nova criatura (II Coríntios 5:17). Como sabemos que estamos EM Cristo e Ele em nós? Pelo Espírito Santo que nos foi dado (I João 4:13).
            Ouso indagar: você já tem o Espírito de Cristo, o Espírito Santo em você? Você já nasceu de novo; o seu espírito já foi regenerado? Você é túmulo de seu espírito morto, ou santuário do Espírito Santo? Cristo é a sua vida? Quem vive: o "eu" ou Cristo? Você já foi crucificado com Cristo? Em verdade, seu espírito morto já foi unido com Ele em Sua morte e ressuscitado em novidade de vida na Sua ressurreição. Mas você crê nisso? Se não crê, é porque ainda não nasceu de novo. Se não nasceu de novo, permanece morto. Pior do que ser um morto espiritual agora, é ser um morto espiritual eternamente. Você quer passar a eternidade gozando da vida, que é Cristo, ou amargando a morte de Sua ausência, isto é, a separação eterna de Deus?
            Clame pelo novo nascimento, sem o qual você nem verá nem entrará no Reino de Deus. Peça misericórdia, se ainda não a alcançou, porque Deus já estabeleceu um dia em que há de julgar a humanidade, e o julgamento que pesa sobre o pecador é morte. Você quer morrer para o pecado, e viver para Deus, ou prefere continuar eternamente morto em pecado? Pela Palavra aqui anunciada o mesmo Espírito que ressuscitou a Lázaro de entre os mortos (uma figura da obra que seria realizada no calvário), está dizendo: "DESPERTA, Ó TU QUE DORMES; LEVANTA-TE DENTRE OS MORTOS E CRISTO RESPLANDECERÁ SOBRE TI" (Efésios 5:14). A quem for dado "ouvidos para ouvir", ouça! A quem for dado "olhos para ver", creia! A mim, só me resta clamar: dá vida, ó Pai, a todos os mortos espirituais que tiverem a oportunidade de ler essa Palavra!.
________//_________




segunda-feira, 17 de junho de 2013

O DEUS QUE VIVIFICA OS MORTOS - Parte 3



            Todos nós morremos em Adão. O pecado entrou no mundo por ele, e por ele mesmo foi transmitido a todos os homens: Romanos 3: 23; Romanos 5: 12 a 14; Romanos 6:23. O homem natural, portanto, está morto em pecado, ou por causa do pecado, à semelhança de seu ancestral mais remoto. O espírito humano não dá sinal de vida. Ele só tem, na verdade, a existência. Vida, em essência, ele não tem. A alma vive, e o fôlego anímico com o qual é gerado o homem é que o mantém vivo. Ele é alma vivente, assim como Adão, e o seu espírito está morto, assim como o de Adão depois da queda.
            J. C. RYLE, a propósito, escreveu: "Só vive quem vive para Deus. Os demais estão todos mortos. Isso explica por que o pecado não é sentido, os sermões não são cridos, os bons conselhos não são seguidos, o Evangelho não é abraçado, o mundo não é abandonado, a cruz não é tomada, a vontade própria não é mortificada, maus hábitos não são deixados, a Bíblia é raramente lida e os joelhos jamais se dobram em oração. Por que vemos isso por todos os lados? A resposta é simples - os homens estão mortos. Todos os que professam ser cristãos devem examinar-se e averiguar qual a sua situação. Os mortos não estão apenas nos cemitérios; há mortos demais dentro de nossas igrejas, próximos dos nossos púlpitos, sentados nos bancos de nossas igrejas. A terra está como o vale da visão de Ezequiel, "cheio de ossos secos" (Ez. 37.2). Há almas mortas nas nossas igrejas e em todas as nossas ruas. Quase não existem famílias em que todos vivam para Deus, quase não há casa em que não exista algum morto. Vamos olhar para os nossos lares! Vamos examinar nossas próprias vidas. Estamos vivos ou mortos?" ("Vivo ou Morto?", Ed. Fiel, p. 4/5).
             Jesus deixa clara a idéia de que o homem natural é um morto espiritual, ao declarar: "Deixai os mortos enterrarem seus mortos" (Mateus 8: 21 e 22; Lucas 9: 59 e 60). Paulo constantemente retratava o homem natural, aquele que ainda não foi regenerado, como um morto: Efésios 2: 1 a 5. O que significa estar morto? morte significa "separação". O espírito do homem, cuja vida foi dada pelo próprio Deus, e que o permitia ter relacionamento com Deus, participar da realidade espiritual e estar em Sua presença, agora, depois que Adão pecou, está morto, destituído da glória de Deus e privado de Seu relacionamento. Se a morte física, a morte do corpo, é a separação do "mundo dos viventes", a morte espiritual é a separação do mundo espiritual, da glória de Deus.
            Como esse espírito morto pode obter vida? Só através do novo nascimento: "O que é nascido da carne, é carne; o que é nascido do Espírito, é espírito" (João 3:6). Note-se que o novo nascimento é um nascimento da Palavra e do Espírito (João 3:5 - "água" é um tipo da Palavra de Deus. Isso fica bem claro nos seguintes textos: Efésios 5: 25 e 26; Tito 3: 5 e 6 (Cristo é a Palavra; Palavra e Espírito são parceiros na vivificação do ser morto, conforme lemos no texto de Ezequiel 37); I Coríntios 6:11; João 4: 13 e 14 (a "água viva" é a Palavra de Deus. A Palavra se torna em nós uma fonte abundante da própria Palavra). Cristo é revelado na Palavra como a própria vida. Ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente" (João 11:25). Em outra passagem: "Eu sou o caminho a verdade e a vida" (João 14:6). Em João 6: 63, Ele testifica: "O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida". Quem é a Palavra? Cristo. Quem enviou a Palavra? Deus. Quem envia o Espírito? Deus. O que o Espírito faz? dá a vida de Cristo, e passa a revelar Cristo na vida do regenerado, que de sepultura de um espírito morto, passa a ser santuário do Espírito Santo. A vida de Cristo é mantida em nós pelo Espírito de Cristo. O Espírito Santo tem, pois, papel imprescindível na regeneração e na santificação. Somos santificados pela verdade, que é a Palavra de Deus; o próprio Cristo. Cristo é a Palavra, a Verdade, e a Vida eterna. Sem a vida de Cristo, portanto, o que resta é a morte eterna. Como vimos no início desta meditação, a morte eterna é conseqüência da ausência da vida eterna, que é Cristo.
__________
CONTINUA...



sábado, 15 de junho de 2013

O DEUS QUE VIVIFICA OS MORTOS - Parte 2



            O ser humano não consegue criar nada. ANTOINE LAVOISIER, o filósofo, químico e matemático, foi feliz e sincero ao concluir: "No universo, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Entre os operadores do Direito, esse postulado é parafraseado ironicamente assim: "Em Direito, nada se cria, nada se perde, tudo se copia". Os mais "experimentados" dizem (com toda a razão) que a "cópia" é a 6a. fonte do Direito. Em obséquio à sinceridade, é inevitável concluir que o homem nada pode criar; ele só consegue transformar. Deus é o único que consegue criar do nada; e o que é mais espantoso: criar simplesmente pela Palavra. Como está escrito em Ezequiel: "Eu falei, e fiz".
            No Gênesis, não foi diferente. Verifiquemos o primeiro capítulo do primeiro livro da Bíblia, e descobriremos que o mundo inteiro foi criado tão somente pela ordem divina: Gênesis 1:3 - "Disse Deus: "Haja Luz". E houve luz". Nos versículos seguintes, até o versículo 25, verifica-se que tudo foi criado simplesmente pela Palavra. "Disse Deus" é a frase que aparece em todos os versículos que falam da criação do mundo. Quando chegou no homem, "Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança" (versículo 26-a). No versículo 27, a Palavra revela que o homem foi "criado" apenas à imagem de Deus. Cabe indagar: 1o.) Se criar é formar do nada, o homem foi criado? A rigor, não. No texto que lemos inicialmente, observa-se que o Senhor Deus formou o homem do pó da terra. Então, a primeira conclusão a que chegamos é que o "homem vermelho", Adão, foi inicialmente formado. Como já dissemos alhures, Deus cria e sustenta todas as coisas pelo poder de Sua Palavra. 2°.) Adão foi criado pela Palavra? Não! Deus levantou o molde do pó, e depois soprou nas narinas daquele molde humano o fôlego "das vidas" (esse é o sentido do original em hebraico). Deus soprou o fôlego não apenas da alma humana, mas também do espírito. O homem obteve ali a alma (grego "psiqué") e espírito (grego "zoé). O homem é "pó alevantado", é "pó em pé". O pó recebeu o fôlego anímico da alma e a vida do seu espírito em uma única soprada divina. Passou então a ser alma vivente, ou ser vivente.
            Convém lembrar que a Palavra de Deus revela o homem como um ser tricotômico, o que implica dizer ser ele dotado de 3 partes: CORPO, ALMA E ESPÍRITO. As ciências que estudam o ser humano, tais como antropologia, psicologia, medicina, biologia, e também a teologia, que estuda as doutrinas da divindade à luz da razão humana, todas elas não consideram essa tripartição do ser humano. Todavia, a Palavra de Deus revela que o homem é assim composto, como se pode ver em Hebreus  4:12 e I Tessalonicenses 5: 23 e 24. Quando Deus formou Adão do pó, deu-lhe, no ato de soprar em suas narinas, não apenas a vida da alma, mas a vida do espírito. O homem tem espírito? tem. Leia-se I Coríntios 2: 11 a 12. Outra evidência que o homem tem alma e espírito, é que Deus disse, em Gênesis 2: 16 e 17, que se Adão comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal ele morreria. Que morte seria essa? do corpo? Ora, se fosse do corpo, Adão teria sido fulminado instantaneamente, e não teria vivido 930 anos. Quem morreu, então? O espírito do homem morreu. Adão passou a ser um cemitério espiritual. Carregava dentro de si um espírito morto. Seu corpo e sua alma passaram a ser um jazigo de seu espírito abatido pelo pecado. Essa sua natureza de morto espiritual, escravo do pecado que passou a ser parte de sua constituição, ele transmitiu aos seus descendentes. Gênesis 5:3 diz que Sete foi gerado à imagem e semelhança de Adão. Não apenas Sete, mas Caim e Abel da mesma maneira. É que em Sete foi chamada a descendência de Adão, eis porque apenas ele foi mencionado. 
__________
CONTINUA...

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O DEUS QUE VIVIFICA OS MORTOS - Parte 1

"Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente" - Gênesis 2:7; "Como está escrito: "Eu o constitui pai de muitas nações". Ele (Abraão) é nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se existissem"- Romanos 4:17; "Por isso, profetize e diga-lhes: Assim diz o Soberano, o Senhor: Ó meu povo, vou abrir os seus túmulos e fazê-los sair; trarei vocês de volta à terra de Israel. E quando eu abrir os seus túmulos e os fizer sair, vocês, meu povo, saberão que eu sou o Senhor. Porei o meu Espírito em vocês e vocês viverão, e eu os estabelecerei em sua própria terra. Então vocês saberão que eu, o Senhor, falei, e fiz. Palavra do Senhor" - Ezequiel 37:12 a 14 

            O tema central desses 3 versículos é VIDA. O antagônico de vida é MORTE, e esta idéia também se faz presente nas passagens indicadas, notadamente nas duas últimas. Os opostos podem ser encontrados em vários trechos das Escrituras. Deus escolheu trabalhar com antagonismos porque podemos entender melhor os conceitos absolutos quando em contraste. Assim, vida está para morte como luz está para trevas, e a verdade, para a mentira. Vida, luz e verdade são conceitos absolutos e autosuficientes. Eles não precisam de nada para lhes manter, nem carecem de ajuda para se fazerem entender. Nada obstante, se o homem não conhecesse a morte, ele não saberia o que é vida; se não houvesse trevas, ele não entenderia a importância da luz. Se a mentira não se fizesse presente, como ele saberia o que é verdade? Desses três conceitos absolutos convém ressaltar que os seus opostos são conceitos relativos porque eles só existem como uma negação ou como a expressão da ausência daqueles. A morte é a ausência da vida, assim como trevas é a ausência de luz, e mentira é a ausência de verdade. Não pode haver meia-vida, nem meia-luz, nem meia-verdade. Havendo um mínimo sinal de vida, não se poderá falar em morte. Por mais densa que sejam as trevas, uma centelha de luz facilmente as dissipa. A mentira deixa de existir quando se profere a verdade. Alguém já disse que a pior mentira é aquela que mais se assemelha à verdade. De fato. Mas havendo verdade, a pior mentira é imediatamente desfeita.
            Tudo isso é para começarmos a refletir sobre morte, e sobre o maior milagre que pode existir: a ressurreição de um morto. Surgir da morte em manifestação inequívoca de vida é uma coisa grandiosa e maravilhosa. Dentre todos os milagres realizados por Jesus na terra, a ressurreição de mortos foi o maior deles. Trata-se de uma figura perfeita da obra de ressurreição do ser espiritualmente morto. Como Deus faz isso? Tão somente pelo poder de Sua Palavra! Os textos em epígrafe revelam que Deus age por meio da Palavra. No texto de Romanos vemos que Deus "chama à existência coisas que não existem, como se já existissem". No de Ezequiel, que fala justamente de ressurreição de mortos, Deus conclui: "Eu, o Senhor, falei e fiz".
            O Deus criador dos céus e da terra, o "Eu Sou", todo-poderoso, onipotente, onipresente, onisciente, soberano e eterno, é o Deus da Palavra. Isso não significa tanto que Ele é o Deus que se revelou pela Palavra, mas sim que Ele é o Deus que cria as coisas que não existem, que manifesta o Seu poder, através de Sua Palavra (vide Hebreus 1:3). Deus cria e sustenta todas as coisas por Sua Palavra poderosa, ou pelo poder de Sua Palavra.
__________
CONTINUA...

domingo, 26 de maio de 2013

DE INSACIÁVEIS A INSATISFEITOS - Parte 5

-->
            Trago, por fim, outras declarações humanas que me parecem ser relevantes reconhecimentos de insatisfação com o pecado:

JOHN BRADFORD, que foi martirizado no reinado de Maria, a sanguinária, em uma carta dirigida a um amigo que estava em outra prisão, subscreveu-se com as seguintes palavras: "O pecaminoso John Bradford, um hipócrita notável, o pecador mais miserável, de coração endurecido e ingrato" (1555).

SAMUEL RUTHEFORD escreveu: "Este corpo de pecado e de corrupção torna amargo e envenena nosso regozijo. Oh! Se eu estivesse onde nunca mais pecarei!" (1650).

JONATHAN EDWARDS, a respeito de DAVID BRAINERD, relatou: "Sua iluminação, suas afeições e seu conforto espiritual parecem ter sido, em grande medida, acompanhadas por humildade evangélica; consistiam em um senso de sua completa insuficiência, de sua vileza e de sua própria abominação; Quão profundamente Brainerd foi afetado quase continuamente por seus grandes defeitos na vida cristã; por sua ampla distância daquela espiritualidade e daquela disposição mental que convém a um filho de Deus; por sua ignorância, seu orgulho, sua apatia e esterilidade! Ele não foi somente afetado pela recordação dos pecados cometidos antes de sua conversão, mas também pelo sentimento de sua presente vileza e corrupção. Brainerd não se mostrava apenas disposto a considerar os outros crentes melhores do que ele mesmo e a olhar a si mesmo como o pior e o menor de todos os crentes, mas também, com muita freqüência, a ver a si mesmo como o mais vil e o pior de todos os homens".

JONATHAN EDWARDS, sobre si mesmo, nos últimos dias de vida, anotou: "Quando olho para meu coração e vejo a sua impiedade, ele parece um abismo infinitamente mais profundo do que o inferno. E parece-me que, se não fosse a graça de Deus, exaltada e elevada à infinita sublimidade de toda a plenitude e glória do grande Jeová, eu deveria comparecer, mergulhado em meus pecados, nas profundezas do próprio inferno, muito distante da contemplação de todas as coisas, exceto do olhar da graça soberana, que pode destruir tal profundeza. É comovente pensar o quanto eu ignorava, quando era um crente novo, a profunda impiedade, orgulho, hipocrisia e engano deixados em meu coração" (1743).

AUGUSTUS TOPLADY, autor do hino "Rocha Eterna", escreveu as seguintes palavras: "Ao fazer uma retrospectiva deste ano, desejo confessar que minha infidelidade tem sido excessivamente grande, e meus pecados, ainda maiores. Todavia, as misericórdias de Deus têm sido maiores que ambos. Minhas falhas, meus pecados, minha incredulidade e minha falta de amor me afundariam no mais profundo inferno, se Jesus não fosse minha justiça e meu Redentor" (1767).

JOHN NEWTON, o escritor do bendito hino "Amazing Grace" (Maravilhosa Graça), afirmou: "Infelizmente, essas minhas preciosas expectativas se tornaram como sonhos dos mares do Sul. Vivi neste mundo como um pecador e creio que assim morrerei. Eu ganhei alguma coisa? Sim, ganhei aquilo com o que antes eu preferia não viver! Essas provas acumuladas do engano e da terrível impiedade do meu coração me ensinaram, pela bênção do Senhor, a compreender o que significa dizer: vejam eu sou um homem vil... Eu me envergonhava de mim mesmo, quando comecei a procurar a bênção do Senhor; agora, eu me envergonho ainda mais".

            Será possível julgarmos tais declarações como de pessoas "insaciáveis no pecado"? Certamente não. Não sabemos até quando seremos tratados por essa graça, mas sabemos que ela nos revelará até o dia de Cristo quão santo Deus é, e quão miseráveis nós somos, de maneira que nos reconheçamos cada vez mais "vasos de barro" para que saibamos que a excelência do poder vem de Deus, que nos deu tão precioso Tesouro: a vida de Cristo em nós. Só Cristo pode nos libertar do corpo do pecado (o espírito morto) e do corpo dessa morte (nosso corpo mortal). Só nEle está a nossa glória, pois só Ele é a nossa paz, felicidade e satisfação. "Graças a Deus por Jesus Cristo", pois só nEle temos completa libertação.
            A insaciável avidez pelo pecado se torna insatisfação com o pecado pela suficiência da obra e da vida de Cristo em nós, para que possamos entender que o homem só pode satisfazer-se verdadeiramente em Cristo. Amém!

sábado, 25 de maio de 2013

DE INSACIÁVEIS A INSATISFEITOS - Parte 4

-->
            Ninguém pode ser legitimamente filho de Deus sem morrer para o pecado em Cristo. Só assim podemos estar vivos para Deus. Nossa posição deixa de estar no "eu" e passa a estar em Cristo. Por isso, Paulo se gloriava na cruz de Cristo, onde o seu "eu" já estava crucificado (ele cria nisso), e a vida, o viver na carne, era um viver de fé pela suficiência da vida de Cristo. Isso implica vitória sobre o pecado? Sim! Libertação do pecado? Sim! Contudo, arrisco dizer que implica, antes de qualquer coisa, sentimento de insatisfação com o pecado. Essa é a característica primeira (e muitas vezes não manifesta exteriormente) daquele que foi feito nova criatura em Cristo, não se podendo olvidar que é uma característica pela qual começamos e com a qual terminaremos a carreira que nos está proposta.
            A insatisfação com o pecado é obra de Deus por Seu Espírito vivificante. É o prenúncio de mudanças, mas também o sintoma delas. Pedro, escrevendo aos eleitos de Deus, regenerados para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, exorta: "Como filhos obedientes, não vos conformeis com as concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância" (I Pedro 1:14). A conclamação a um viver santo só pode ser feita a quem já foi regenerado. Ofereça um prato de frutas frescas a um abutre, e ele sequer saberá do que se trata. Agora, se ele for feito uma nova criatura, se ele, de abutre, passar a ser canário, certamente mudará seus hábitos alimentares e aceitará de bom grado a sua oferta. Quando passamos das trevas para a luz, da ignorância para o conhecimento da verdade, da natureza de pecado para a natureza divina, passamos da insatisfação no pecado para a insatisfação com o pecado. Quando, pela fé, nos consideramos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo, passamos a abominar as manifestações pecaminosas em nossa experiência e na experiência dos outros. Crucificados para o mundo, desejaremos nunca mais tomar a sua forma. Não apenas não nos conformamos, mas também não nos satisfazemos com a forma, a aparência, a imagem, a filosofia, as religiões, os ídolos, as paixões e concupiscências deste mundo.
            Não sentimos assim por sermos bons, ou melhores que os outros. Sentimos isso porque fomos feitos novas criaturas em Cristo, de maneira que a glória não pode ser nossa, mas apenas dEle. Os fracassos dos regenerados são a mola propulsora para a exaltação dAquele cuja a graça é não apenas a razão de nossa existência, mas a nossa própria identificação: "Pela graça, sou o que sou". Glória a Deus, porque, como Paulo, sinto que Cristo será sempre glorificado em minha humilhação, de sorte que posso gloriar-me em minhas fraquezas por causa da suficiência dEle em mim (o que para a mente humana pode parecer loucura). Uma vez regenerados, passamos a conhecer as pessoas não mais sob a ótica humana, por isso entendemos as declarações dos regenerados como manifestação da graça, inclusive o "miserável homem que sou" e o "principal dos pecadores" de Paulo. Quanto mais nos conhecemos, mais nos abominamos e mais glorificamos Aquele que é digno de toda a glória.
__________
CONTINUA...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

DE INSACIÁVEIS A INSATISFEITOS - Parte 3

-->
                         CHARLES STANLEY comenta:

            "Você não pode dizer "quando estávamos na carne", a menos que tenha sido libertado daquele estado. Você não pode dizer "quando estávamos em Londres", a menos que tenha saído de lá. É muito importante entender isto. Com freqüência pergunta-se: Será que esta parte do capítulo 7 trata da experiência apropriada a um cristão? Certamente que não, pois se fosse, não estaria dizendo "quando estávamos na carne". Pode ser, como logo veremos, a experiência pela qual a maioria, se não todos, os cristãos já passaram. Mas costuma-se dizer que esta é a experiência de um inconverso. Tampouco pode ser isto; pois os inconversos não têm prazer na lei de Deus no homem interior (Romanos 7:22). Trata-se, evidentemente, da experiência de uma alma vivificada, nascida de Deus, uma nova criatura que se apraz na lei de Deus no homem interior; mas alguém que ainda continua debaixo da lei, e ainda não aprendeu o que é a libertação pela morte.
            O correto seria dizermos que a experiência descrita do versículo 5 ao 24 é a miserável experiência de uma pessoa nascida de Deus, se for colocada debaixo da lei. E quando nos lembramos de quantos cristãos estão exatamente nesta condição, não é de se estranhar que tantos sintam-se tão miseráveis. Portanto devemos entender que as palavras "porque, quando estávamos na carne", significam quando estávamos na carne sob o primeiro marido, a lei. A lei só pode se dirigir ao homem como a um que está vivo. Era assim que ela considerava o homem, ordenando e exigindo obediência, se fosse o caso de alguém sujeito a ela e vivo na carne. Uma vez morto, todos os mandamentos e exigências cessam. Você não pode dizer a um homem morto para amar a Deus ou ao seu próximo; mas enquanto estiver vivo em uma natureza que só pode pecar, o mandamento só produz transgressão. A lei devia requerer justiça; mas como o homem não era justo, porém culpado, ela tornou-se assim um ministro de justiça e morte.
            Todavia, a porção do cristão é esta: considerar-se morto com respeito à carne, mas vivo para Deus. Uma vida inteiramente nova, proveniente de Deus".

            E, arremata:

            "Somente uma alma libertada pode entender a horrível experiência descrita no que se segue. O inconverso ou o iludido fariseu nada sabem acerca dessa amarga experiência. Trata-se exatamente da ocasião em que a nova e santa natureza foi implantada, e junto com ela o profundo anseio por uma verdadeira santificação; para então descobrir não ter poder na carne para fazer aquilo que desejaríamos. Sim, a lei do pecado e da morte é como um senhor de escravos, e não há poder para fugir dele. E quanto mais tentarmos guardar a lei, dirigida a homens como vivos na carne, mais profunda será a miséria de fazermos as mesmas coisas que a nova e santa natureza tanto odeia. Sim, algo que não traria nenhuma dificuldade para um inconverso, ou para um que não é nascido de Deus, enche a alma vivificada de intensa miséria" ("VIDA ATRAVÉS DA MORTE", p. 70, 71 e 72).
 
-->
            Embora regenerada no espírito, a nova criatura em Cristo está em processo de santificação na alma, até quando seu corpo será glorificado, transformado à semelhança dAquele que o vivificou. A Palavra (que é Cristo) e o Espírito Santo são os agentes coadjuvantes nesse processo; e, nós, os recipientes ou receptáculos dessa ação libertadora.
            Quem demonstra ser insaciável no pecado ainda não passou por nenhuma etapa desse processo, que começa, de acordo com a vontade de Deus, com o querer dEle, pelo qual começamos a nos sentir insatisfeitos com o pecado. Uma vez insatisfeitos, uma vez notória e patente a nossa condição de escravos, o querer de Deus também efetuará o desejo de libertação verdadeira. Quem ainda permanece morto no pecado não consegue perceber a sua escravidão e, portanto, não pode desejar a verdadeira libertação do Filho de Deus. Na verdade, ele acaba supondo que já está liberto, a par da obra do Calvário. Um exemplo claro disso está registrado em João 8: 31 a 47, passagem em que vemos alguns religiosos que sequer se consideravam escravos do pecado, e se auto-intitulavam filhos de Deus, simplesmente porque eram filhos de Abraão segundo a carne. Nada obstante, o que é nascido da carne, é carne. O que o homem precisa é do nascimento que vem do Espírito Santo para que seu espírito, antes morto, tenha Vida, a vida de Cristo.
__________
CONTINUA...