A
importância da morte de Jesus é indiscutível. Mas ela só tem relevância para
nós quando deixa de ser um fato histórico e passa a ser uma experiência
compartilhada pela comunhão com o próprio Cristo, por meio de Seu Espírito. Não
podemos ser participantes da natureza Divina sem participarmos da morte de Cristo.
Nossa identificação com Cristo em Sua morte é o pressuposto da manifestação de
Sua vida em nós e, conseqüentemente, da visão das regiões celestiais, onde
Cristo está assentado. Não há ressurreição sem morte. Não há gozo da vida
espiritual sem a morte do que pertence ao homem natural. Em outros termos, não
podemos ser feitos filhos de Deus se não tivermos a cruz e o morrer de Jesus
gravados em nosso interior. Este sempre foi o propósito de Deus em relação ao
homem, pois não há como refletir a imagem de Cristo sem a revelação de Seu
morrer em nosso íntimo.
DE
VERN FROMKE observou:
"Muitas pessoas podem ficar
surpresas quando falamos que a Cruz sempre foi um princípio eterno em Deus. Ela
não é uma alternativa posterior ou um acidente no Universo, nem é um princípio
inventado por pessoas amorosas. Ela é inerente a Deus. Este princípio da Cruz,
que parece estar arraigado no mais íntimo do Pai, é demonstrado pelo Filho e
interpretado pelo Espírito. Ele sempre foi o princípio de ação através do qual
a Divindade certamente alcançaria o propósito divino.
Vemos, portanto, que a Cruz é muito
mais do que um acontecimento na História. Ela expressa a própria qualidade e
modo de vida do Deus Triúno. Dar a vida, compartilhar a luz e derramar o amor é
o princípio através do qual Deus trabalhou com o homem desde o início.
Ao pensarmos na cruz unicamente
como uma medida que Deus encontrou para realizar a redenção, perdemos de vista
o propósito mais amplo de Deus. Todavia, ao analisarmos as Escrituras como um
todo, concluímos que, desde o início, o Pai desejava ter uma família de filhos
que abraçassem o mesmo princípio da Cruz o qual eternamente governou o Seu
próprio coração. Era Sua intenção que a Cruz fosse gravada de tal forma nesses
filhos que ela se tornasse seu modo e objetivo de vida. E enquanto esse dar e
compartilhar não pudesse ser realizado no homem, não haveria nenhuma base real
de comunhão entre Deus e o homem" ("Supremo Propósito", p. 62).
É
imprescindível, em conclusão, que nos conformemos à cruz de Cristo, a fim de
que o morrer de Jesus possa ser uma experiência pessoal, a revelar a própria
vida de Cristo em nós. Tudo isso é operação de Deus em nosso espírito através
do Seu Espírito Santo. Tudo o que é de Cristo é-nos compartilhado através do
Espírito: "Ele me glorificará porque
há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar" (João 16:14).
Assim como em Adão recebemos por herança genética um espírito morto, em Cristo
recebemos um espírito novo, vivificado pelo Espírito Santo. Para ganharmos o
novo, devemos perder o velho, o que já nos foi providenciado na morte,
sepultamento e ressurreição de Cristo, inclusive a fé, pela qual nos
apropriamos dessa rica e preciosa verdade do Evangelho.
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