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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A CONFORMIDADE DA CRUZ: UMA QUESTÃO DE NATUREZA - Humildade (Parte 1)


            A natureza da cruz é humildade. Cristo se deu, a ponto de assumir nossa humanidade; serviu, a ponto de lavar os pés dos discípulos; e humilhou-se, a ponto de se deixar levar à cruz, como uma ovelha é levada ao matadouro. Ele ofereceu a outra face, caminhou a segunda milha, e entregou não apenas a túnica, mas também a capa. Ninguém jamais demonstrou tamanha humildade. Sobre Ele caíram as injúrias dos que a Deus injuriavam. Nada obstante, "Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. Quando foi injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava. Antes, entregava-se àquele que julga justamente. Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; pelas suas feridas fostes sarados" (I Pedro 2: 23 e 24).
            Cristo humilhou-se até à morte, e morte de cruz. Se a cruz já era o instrumento mais cruel e humilhante de morte, o que dizer da morte na cruz de um justo, que nenhum pecado cometera, que nenhum crime praticara? Maior humilhação, porém, ainda sofreu, quando, ao levar sobre Si os nossos pecados, assumiu toda a imundícia da humanidade em Seu corpo, tornando-Se naquele momento maldição em nosso lugar, de maneira que experimentou aquela que foi para Ele a pior das dores, a saber, a dor da separação do Pai: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Marcos 15:34-b). Naquele crucial instante, o nosso pecado, que foi atraído ao Seu corpo, fez a separação entre o Filho e o Pai, porque é exatamente o nosso pecado que nos separa de Deus. Aquele que não conheceu pecado, como está escrito, Deus o fez pecado por nós, "para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (II Coríntios 5:21). Sem dúvida, nenhuma atitude poderia ser mais humilhante, nem paradoxalmente mais nobre, do que aquela de entregar-Se à morte por nós, e atrair a nossa natureza pecaminosa a Si mesmo. Jesus Cristo de fato o fez, sabendo que perante os homens sofria uma injustiça, mas perante Deus estava sendo derramado como oferta pelo pecado e sacrifício de justiça e de justificação. Por isso, embora sendo Ele próprio a Verdade, não proferiu juízo de verdade sobre os seus ofensores: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; contudo nós o consideramos como aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca" (Isaías 53: 4 a 7).
            Vemos aí, portanto, o que implica a operação da cruz. Ela leva não apenas à doação e ao serviço, mas também à humilhação. Nada pode ser mais degradante do que a cruz. Quando achamos que doação e serviço são tudo, a cruz nos leva além: a ficarmos calados, quando somos injuriados; a não dizer a verdade, quando rodeados de mentiras e de mentirosos, e a proferi-la no momento adequado; a não revidar, quando atacados; a não nos vingarmos, mas a nos entregarmos Àquele a quem pertence a vingança; a não deixar o sol se pôr sobre a nossa ira; a irar-nos sem cometer pecado; a ficarmos quietos, quando nossa vontade nos impele a tomar uma atitude. Na vida cristã, há momentos em que Deus nos impede de falar e de agir, e nos leva ao silêncio e à quietude. Só assim podemos compreender e experimentar a natureza humilde da cruz.
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CONTINUA...

2 comentários:

  1. Não há mais clareza da Graça misericordiosa do Abba para com os eleitos que esta: dar o seu Filho Unigênito pelos pecados de muitos. A humilhação do Santo em troca do nosso escrito de dívida. Só Deus mesmo para ter tamanho amor.
    Excelente artigo Davi.

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    1. Obrigado, Santos! Concordo com você... Graça maravilhosa aos amados eleitos em Cristo. Abraços!

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