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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A CONFORMIDADE DA CRUZ: UMA QUESTÃO DE NATUREZA - Humildade (Parte 2)


            Experiência interessante foi aquela do profeta Ezequiel: "Então entrou em mim o Espírito, e me pôs em pé. Ele falou comigo, dizendo: Entra, encerra-te dentro da tua casa. E tu, ó filho do homem, porão cordas sobre ti, e te ligarão com elas, de modo que não possas sair do meio deles. Eu farei que a tua língua se pegue ao teu paladar, e ficarás mudo, e não lhes servirás de repreendedor, embora sejam casa rebelde" (Ezequiel 3: 24 a 26). Nem sempre o ativismo eclesiástico e o entusiasmo missionário têm origem em Deus. "É perigosamente possível", como afirmou JOHN BLANCHARD, "que a atividade não seja nada mais do que um corre-corre atordoado em volta de um vazio central". Deus nos quer, muitas vezes, mudos e quietos. O Espírito Santo invariavelmente nos levará, pela operação da cruz em nosso interior e pela revelação de Cristo em nós, a abandonarmos tudo o que não esteja de acordo com a vontade de Deus, a par da qualidade de nossas intenções, em que pese a suposta "nobreza" de nossas motivações. Se Deus não nos enviar; se Ele não falar por nós; se o serviço não for preparado de antemão por Ele; nossa obra não passará de palha, e será queimada pelo fogo. A obra que tem origem no homem é abominação perante Deus, porque o que há em nós é ignorância, soberba, rebeldia, arrogância e vaidade. Quando Deus age, e quando nossas obras são feitas nEle, nossa atitude será de humildade: nos grandes e nos pequenos projetos; nos eloqüentes e nos modestos discursos; nas complexas e nas simples decisões. Quando Deus age, e Ele age em nós pelo princípio da cruz, o ego sai de cena. Se o ego apareceu ou foi massageado foi porque Deus não agiu, e por isso mesmo Cristo não foi glorificado. Como bem observou WATCHMAN NEE, "Deus nos liberta do domínio do pecado, não fortalecendo o nosso velho homem, mas crucificando-o; não o ajudando a fazer alguma coisa, mas removendo-o do cenário da ação. Muitos querem pregar sem que sejam a própria pregação, mas na longa carreira é o que somos, e não simplesmente o que fazemos ou dizemos, que importa a Deus; e a diferença jaz na formação de Cristo em nós".
            A humildade da cruz conduz à glória de Deus na pessoa de Cristo, e à nossa exaltação nEle. Deus exalta o humilde, e humilha o soberbo. Ao soberbo resiste, mas a quem Ele humilha em Cristo concede a graça de ser exaltado com Ele. Isso porque o método de Deus em Cristo é humilhar para exaltar. Aquele que rejeita a humilhação da cruz rejeita o projeto de Deus em Cristo e, conseqüentemente, o próprio Deus. Aquele que assim age não provará, contudo, a glória do Altíssimo; não verá nem entrará em Seu Reino, mas será lançado na humilhação eterna da segunda morte. Jesus deixou bem claro em seu ensino: "Qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado" (Lucas 14:11).  Cristo humilhou-se a Si mesmo, sendo obediente ate à morte, e morte de cruz na qual imiscuiu-se com o nosso pecado. Mas o fim de toda essa humilhação foi exaltação: "Pelo que Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Cristo Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai" (Filipenses 2: 9 a 11); "Ele verá o trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, e a iniqüidades deles levará sobre si. Pelo que lhe darei uma porção entre os poderosos, e com os fortes repartirá o despojo, porque derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores. Pois ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu" (Isaías 53: 11 e 12).
            Cristo suportou a cruz pela glória e pelo gozo que lhe estavam propostos. Em Cristo, nós suportamos a cruz, e com ela as leves e momentâneas tribulações, as quais produzem um peso de glória eterno muito mais excelente. Em Cristo, nossas tribulações se tornam glória, assim como nossa humilhação é convertida em exaltação, adoração, louvor e honras a Deus. 

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