A natureza da cruz é morte. Nenhuma
obra que Jesus realizou teria sentido sem o desfecho mortal da cruz. Da mesma maneira,
nada que façamos terá significado espiritual e eterno sem a revelação em nós dos efeitos dessa morte. A experiência do Calvário precisa ser aplicada às nossas vidas
continuamente, pois só assim a vida do Ungido de Deus é manifestada em nossos corpos
mortais.
Ninguém
pode aproximar-se de Deus sem passar pela porta da cruz, coberta pelo véu do
corpo de Cristo. Ao passarmos pelo véu da Sua carne, deixamos a porta para trás
e saímos do outro lado, na ressurreição. Bem por isso, ninguém que passe pela
cruz e saia pela tumba vazia pode gloriar-se em outra coisa, senão na cruz de
Cristo, no morrer de Jesus. Em Sua morte, Cristo revelou a natureza de Deus, e
o Seu propósito para os Seus filhos, como ensina com muita propriedade JESSIE
PENN-LEWIS: "O mais elevado propósito de Deus no crente não é fazer dele
um instrumento poderosamente útil, mas sim produzir nele a mais plena
manifestação de Cristo em cada aspecto do seu caráter, e isso só pode ser feito
no vale do lagar da comunhão com os Seus sofrimentos. Ele foi ‘crucificado em
fraqueza’ (2 Co. 13.4), e não houve sinais poderosos e maravilhas operados por
Ele para impressionar a multidão no Calvário; mas em Sua fraqueza como Ovelha
muda em sofrimento, em Sua vida derramada, Ele fez mais pelo mundo do que
quando curou os doentes e expulsou os demônios na Galiléia. Oh! que esse padrão
puro e amável seja revelado neste tempo aos ávidos filhos de Deus, que estão
buscando intensamente o que eles chamam de o
melhor de Deus: o padrão de Cristo em Sua semelhança ao Cordeiro, conquistando
as hostes das trevas, não pela luta, mas pela morte" ("A Cruz: o
caminho para o Reino", p. 62).
Cristo
triunfou na cruz como Ovelha muda; um Cordeiro imaculado entregue ao sacrifício
de morte, do qual não fugiu. Através daquela morte, Ele triunfou sobre os
principados e potestades, e os expôs publicamente ao ridículo (Colossenses
2:15); através daquela morte, Ele destruiu aquele que tinha o poder da morte, a
saber, o diabo; através daquela morte, ele destruiu a própria morte, a fim de
livrar os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão
(Hebreus 2: 14 e 15); através daquela
morte, Ele aniquilou o aguilhão da morte, isto é, o pecado (Hebreus 9:26 e I
Coríntios 15: 56 e 57); através daquela morte, Ele cancelou o escrito de dívida
que havia contra nós em Suas ordenanças (Colossenses 2: 13 e 14); através
daquela morte, Ele destruiu a Lei do pecado e da morte para introduzir a Lei do
Espírito de Vida (Romanos 8: 1 e 2).
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CONTINUA...
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