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sábado, 19 de janeiro de 2013

A CONFORMIDADE DA CRUZ: UMA QUESTÃO DE NATUREZA - Obediência (Parte 1)


            A natureza da cruz é obediência. A humildade de Cristo culminou em obediência mortal. Com efeito, Sua obediência o levou às últimas conseqüências: agonia e morte de cruz. A verdadeira humildade produz verdadeira obediência, e esta, mais humildade. Ninguém pode declarar obedecer legitimamente a Deus em atitude de vanglória, porque a legítima obediência a Deus expõe a natureza da cruz e as marcas de Cristo, produzindo exaltação e glórias a Deus em detrimento de qualquer sentimento de glória pessoal. Na realidade, quem se gloria de ser obediente é como aquele que se orgulha de ser modesto.
            Se o Filho de Deus, enquanto homem, aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu, quanto mais temos nós a aprender, porque nascemos em pecado. Todo pecador é, por natureza, filho da desobediência, porque o pecado é, dentre outras coisas, desobediência. Esse é o seu princípio, que agiu em Adão, nosso pai segundo a carne. Adão pecou por desobediência - não porque fora iludido - passando a ser, desde então, escravo da desobediência, condição que transmitiu a todos os seus descendentes. Somos, por nascimento natural, filhos da desobediência, porque descendentes de Adão - o desobediente. E somos também escravos da desobediência, porque tal passou a ser a característica de nosso ancestral mais remoto, que é ao mesmo tempo cabeça de uma raça escravizada pelo pecado.
            Sem a obediência do Filho de Deus não haveria morte, sepultamento e ressurreição; conseqüentemente, não haveria nova geração. Contudo, desde que o projeto de Deus de fazer novas todas as coisas em Cristo - a começar pela descendência de Adão - foi levado a efeito e consumado na Sua vicária cruz, há esperança para o pecador alcançar a salvação; para o iníquo tornar-se justo; para o impuro tornar-se santo; para o incrédulo tornar-se crente; para o filho e escravo da desobediência tornar-se filho da obediência e servo da justiça. Efetivamente, Cristo fez morrer e sepultar em seu corpo o pecado, o velho homem, o espírito característico de Adão, cuja natureza iníqua, incrédula e desobediente nos mantinha afastados da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O novo homem, gerado na Sua ressurreição, é criado pelo poder do Espírito Santo em justiça e santidade provenientes da Verdade. Esse ser, gerado em nós pela Palavra viva de Deus, vai transformando todo o nosso ser interior segundo a imagem dAquele que o gerou, isto é, à imagem de Cristo: "E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito" (II Coríntios 3:18 - NVI); “Não mintais uns aos outros, pois já vos despistes do velho homem com seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3: 9 e 10).

            Tudo o que diz respeito à raça adâmica foi destruído na cruz de Cristo, por isso Ele é considerado "o último Adão". Adão foi feito alma vivente. Ele era predominantemente alma, a qual recebia alguma influência do Espírito de Deus através do espírito. Em estado de inocência, Adão poderia optar por obedecer ou não a Deus, por isso pôde desobedecer-Lhe. Todavia, após o pecado original, seu espírito ficou morto, separado de Deus, destituído de Sua glória, poder e comunhão, incapaz de buscá-lO e de obedecer-Lhe.  Esse espírito - sede, invólucro, corpo do pecado - foi atraído e destruído na cruz no corpo de Cristo, e sepultado juntamente com Ele. Na Sua ressurreição, Deus gera um espírito novo, unido ao Espírito de Cristo, o qual é implantado naqueles que têm recebido a graça de nascer do Alto - não da carne, mas do Espírito - de maneira a transformá-los à imagem de Cristo, que é Espírito vivificante. Através do profeta Ezequiel Deus já anunciara essa grandiosa obra: "Então espargirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro em vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis" (Ezequiel 36: 25 a 27). Há uma mudança radical  profetizada muitos anos antes de ser a obra consumada na cruz: de Adão para Cristo; da morte para a Vida; do pecado para a justiça; da ignorância para o entendimento; da rebeldia para a obediência.
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CONTINUA...


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