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quinta-feira, 25 de abril de 2013

JUSTIFICAÇÃO SEM AS OBRAS DA RELIGIÃO - Parte 5


            A salvação e a justificação vêm pela graça, e esta é manifestada a quem Deus quiser; não é algo que alcançamos à parte da vontade, iniciativa e propósito dEle. Aqui a coisa fica difícil. Todavia, ninguém pense que pode escolher a graça; ela é que nos escolhe. Não poderemos nos estender nessa questão, já que se trata de tema extenso. Aspecto aí envolvido que muito me incomoda é a tradicional e largamente utilizada prática de apelo para levantar a mão, vir à frente ou repetir uma oração como sinal de "aceitação", que nada mais é do que mais uma obra da religião. Sejamos sinceros: pode ser este o sinal da regeneração ou o "bilhete" para a salvação do pecador? Deus teria realmente proposto ao Seu único e amado Filho que passasse por tudo o que passou, por todo o sofrimento e humilhação da cruz, para que a justificação ali alcançada ficasse à mercê da vontade de uma raça corrompida e perversa? A fé regeneradora pode ser atingida sem a pregação do Evangelho? A todas essas indagações respondemos "não" com respaldo na Palavra de Deus.
            Jesus pregou a um líder religioso que ninguém pode entrar no reino de Deus, nem vê-lo, se não nascer de novo, isto é, se não nascer da Palavra e do Espírito. Não obstante, muitos cristãos e muitos pretensos pregadores do Evangelho (pretensos porque para pregar é necessário conhecer; para conhecer é necessário viver; para viver é necessário morrer com Cristo) têm verdadeiro horror ao termo "novo nascimento", sendo mesmo difícil ouvi-lo em suas pregações. Quando o mencionam, reduzem o seu efeito prático a uma "aceitação a Cristo", cujo conceito e extensão é de difícil explicação e entendimento, porque carecem de respaldo bíblico.
            Conforta-nos saber que só pode falar do novo nascimento quem já passou pela experiência e que esta não se trata de nenhuma doutrina nova, nem de filosofia humana, senão de teologia divina a que o próprio Jesus deu ênfase; é a terapêutica da Trindade para a problemática do pecado. Jesus declarou: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará". E, ainda: "O Espírito é que vivifica, a carne para nada serve. As palavras que eu vos disse são espírito e vida. Mas alguns de vós não crêem. É por isso que eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai não lhe for concedido". Por fim: "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar".
            É contra a natureza humana negar-se a si mesma. Conhecedor dessa natureza, Jesus deixa claro que ninguém pode ir a Ele se Deus não o conceder, e ninguém pode conhecer a Deus se Cristo não O revelar. Por outro lado, é o Espírito que vivifica. O homem nasce morto em delitos e pecados, e é impossível que nesse estado ele possa crer ou aceitar as verdades espirituais. Mais uma vez vale lembrar a lição do Mestre: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá. Crês isto?" . Aqui há uma lição e uma constatação. Jesus é a vida. Só podemos ter vida eterna nEle; só podemos ter vida eterna quando cremos nEle ("todo aquele que vive em mim e todo aquele que crê em mim, nunca morrerá"). Isso não significa que quem quiser crer nEle terá vida, mas aquele a quem for dado crer terá vida nEle, porque já terá sido vivificado e regenerado pela Palavra e pelo Espírito.
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CONTINUA...

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