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segunda-feira, 1 de abril de 2013

A FÉ É DOM DA GRAÇA - Parte 10


            A graça é suficiente

            Paulo experimentou um "espinho na carne" descrito como um mensageiro de satanás que o atormentava. Ele pediu, então, a Deus que o retirasse, mas como resposta lhe foi dito: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (II Coríntios 12: 7 a 9). Disso extrai-se a importante lição de que jamais experimentaremos o poder de Deus em nossas vidas enquanto estivermos nos considerando fortes e aptos para realizar alguma coisa por nós mesmos. Jesus disse (e o que Ele disse deve ser tido como verdade insofismável, do contrário é melhor retirarmos o "crachá de cristãos") que sem Ele nada poderíamos fazer. Paulo, por sua vez, dizia que o evangelho de Cristo é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (o verbo "crer" está no presente do indicativo, não no infinitivo). Por quê? "Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé"" (Romanos 1: 16 e 17).
            É possível concluir que no evangelho há poder? Não! O próprio evangelho é o poder de Deus para a salvação de quem crê. O poder de Deus inclui a fé. O evangelho pode nos levar à fé. O evangelho de Cristo pode fazer isso. O evangelho diluído da "graça parcial", não.
            Muitos pretendem realizar a obra de Deus sem saber que esta obra é levar-nos a crer nAquele que Ele enviou (João 6:29). Cabe a Deus, portanto, fazer o homem crer; é ofício dEle, e é o que Ele efetivamente faz por intermédio de Seu Espírito Santo. Por que ele faz isso? Porque Sua graça é plena, é poderosa e suficiente para nos dar a vida de Cristo e manter-nos unidos a Seu Filho, pelo poder de Sua ressurreição. Muitos erram porque, a exemplo dos saduceus, não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus (Mateus 22:29). Precisam chegar ao ponto em que chegou Paulo, quando afirmou: "Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos" (Filipenses 3: 10 e 11)

Responsabilidade e Incapacidade

            Alguém poderá dizer: "Mas para ser salvo o homem precisa crer!". Eu direi que sim, mas reafirmo que ele é incapaz de fazê-lo. "Então por que Deus nos exige fé?". Justamente para que cheguemos à posição do publicano e clamemos: "Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador!" (Lucas 18:13).
            Note-se que, tendo chegado a este ponto de humilhação o publicano alcançou justificação. Ele foi para casa "justificado diante de Deus" (Lucas 18:14-a). Ora, a justiça de Deus, do princípio ao fim, é pela fé. Foi assim com Abraão; continua sendo assim nos nossos dias. A parábola do fariseu e do publicano, contada por Jesus, nos mostra claramente que para alcançarmos a fé teremos de chegar a um ponto de humilhação tal que nos permita reconhecer nossa total incapacidade para justificar-nos, para salvar-nos e, principalmente, para crer. Esse reconhecimento, todavia, não foi alcançado pelo fariseu na parábola, como não é alcançado pelos fariseus modernos. Conforta-nos, todavia, a lição dada por Jesus: "Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado" (Lucas 18:14-b).
            Consideremos a questão sob o enfoque da lei e da incapacidade para cumpri-la. Paulo foi bastante claro e enfático em ensinar que a lei, embora boa, justa e perfeita, só pode gerar o pleno conhecimento do pecado: "Sabemos que tudo o que a Lei diz, o diz àqueles que estão debaixo dela, para que toda a boca se cale e todo mundo esteja sob o juízo de Deus. Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado" (Romanos 3: 19 e 20).
            A conclusão seria assustadora, se a justiça não viesse por meio da fé: "Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independentemente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus" (Romanos 3: 21 a 23).
            Em suma: somos justificados pela fé, mas somos incapazes de crer. Nisso se manifesta a graça de Deus, que por meio da redenção em Seu Filho nos justifica gratuitamente, isto é, nos habilita gratuitamente a crer, a viver pela fé que está em Cristo mesmo.
            A exigência da fé em um evangelho que é loucura para os homens deve levá-los a descobrir a sua total incapacidade de compreender e crer nas coisas espirituais. O conhecimento dessa incapacidade tem por escopo levar-nos ao ponto de humilhação, sujeição e dependência completa da graça de Deus.
            Nunca é demais lembrar as palavras de Paulo: "Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus".
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CONTINUA...

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