Qualquer
doutrina que anatematize a doutrina do pecado original, do cativeiro da
vontade à natureza pecaminosa, é perigosa, porque é o convencimento de seu
estado miserável e incrédulo que conduz o homem a suplicar pela graça de Deus,
que é plena e essencial para que o pecador receba o dom da vida eterna e
permaneça na santidade. Lamentavelmente, é fácil constatar que o Pelagianismo e
o Arminianismo têm-se infiltrado em nossas igrejas e inspirado muitas
declarações doutrinárias. Eis porque temos tantos arminianos declarados (e
alguns disfarçados) ocupando púlpitos e cargos de projeção na estrutura
organizacional das igrejas ditas cristãs. Convém alertar, todavia, que à luz da
Palavra de Deus nem o Pelagianismo nem o Arminianismo se sustentam. O homem
está absolutamente perdido e depravado: "Não há ninguém que entenda,
não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há um só". Isaías chegou a
indagar: "Como, pois, poderemos ser salvos? Todos nós somos como o
imundo, e todos os nossos atos de justiça como trapo de imundícia; todos nós
caímos como a folha e os nossos pecados como um vento nos arrebatam".
O
homem foi gerado à imagem e semelhança de Adão após a queda, portanto nasce em
pecado. Davi revela: "Certamente em iniqüidade fui formado, e em pecado
me concebeu minha mãe". Paulo concorda e reputa a responsabilidade da
introdução do pecado ao primeiro representante da raça: "Pelo que, como
por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a
morte passou a todos os homens, porque todos pecaram". Convém
questionar: quem tem mais poder, Deus ou o homem? Deus, certamente! Então, se
entendemos que esse homem caído, perverso, imundo, tem capacidade e
livre-arbítrio para escolher a Deus, não estamos dando mais poder a ele do que
a Deus? Por que imaginamos que Deus não tem poder para escolher e salvar o
homem?.
Diante
da revelação da Palavra de Deus, forçoso é concluir que qualquer doutrina que
divida a soberania de Deus com o homem é antibíblica. O enfoque bíblico é
Cristo, como expressão máxima da graça de Deus: "Pois foi do agrado do
Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz
pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as
coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus"; "Da
sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça. Pois a lei foi dada por
intermédio de Moisés; a graça e a verdade
vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus
unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou". Na
plenitude de Cristo, isto é, quando Ele se torna pleno em nossa vida, quando
passa a ser a nossa vida, recebemos graça sobre graça. Ele é a manifestação
viva da graça de Deus. NEle se manifestam a graça e a verdade de Deus, pois
afinal Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Graça é Deus dando vida a
quem estava morto. É Deus dando Cristo a quem merecia a morte. Tão maravilhosa
é essa graça que Cristo foi constituído não apenas a nossa redenção, mas também
a nossa sabedoria, e justiça e santificação.
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CONTINUA...
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