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terça-feira, 23 de abril de 2013

JUSTIFICAÇÃO SEM AS OBRAS DA RELIGIÃO - Parte 3


            Deus tem realizado, sem dúvida, a Sua obra no meio dos anos. Para isso, tem-se valido de verdadeiros servos do Senhor Jesus, que têm pregado a Palavra de Deus não apenas pelo anúncio do evangelho de Cristo, mas com o testemunho de vida. Estes, contudo, não trabalham como que buscando alcançar a graça, mas porque já a alcançaram. A diferença dos agraciados para os religiosos é enorme, principalmente no que tange ao conteúdo da pregação. Aqueles que dão enfoque à graça plena pregam a necessidade de fé, reputando-a como dom de Deus. Os que dão enfoque à graça parcial não excluem o "eu" do processo de salvação (para eles seria absurdo fazê-lo). Ao contrário, pregam estes que Deus não tem capacidade de produzir o "querer" na vontade humana. Esta deve ser exercida, segundo pensam, no sentido de aceitar ou não o sacrifício redentor do Cristo. O homem é, assim, participante da própria salvação e, o que é pior, com um simples levantar de mão ou no repetir de uma oração.
            Tal enfoque ao processo de salvação, assunto tão básico, mas ao mesmo tempo tão sério, é o resultado da incorporação do Pelagianismo e do Arminianismo às nossas declarações doutrinárias e às nossas práticas eclesiásticas. Contudo, convém notar que tais doutrinas não reconhecem a depravação total do homem. O Pelagianismo, em um primeiro momento, foi considerado heresia pela Igreja - nos concílios de Cártago e Milevis, no ano de 412; no concílio de Éfeso, em 431; no concílio de Orange, em 529, sendo que este último condenou até mesmo o Semi-Pelagianismo, que embora afirme que a graça é necessária à salvação, ensina que a vontade é livre por natureza para escolher cooperar com a graça oferecida. Posteriormente, tal ensino tornou-se inspiração para o dogma católico do livre-arbítrio que, nos termos do Concílio de Trento (1563) dispunha sobre a liberdade da vontade humana nos seguintes termos: "Se alguém afirmar que desde a queda de Adão a liberdade do homem está perdida, que seja maldito!". O Pelagianismo sustentava, basicamente, que todo homem nasce moralmente neutro, e que é capaz, por si mesmo, sem qualquer influência externa, de converter-se a Deus e obedecer à sua vontade, quando assim o deseje. Pelágio insistia que a queda de Adão afetara apenas a Adão, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas, Ele também dá a habilidade moral para que elas possam fazer assim. Ele reivindicou mais adiante que a graça divina era desnecessária para a salvação,embora facilitasse a obediência. Agostinho teve sucesso refutando Pelágio, mas o pelagianismo não morreu.
            O Arminianismo segue uma linha parecida com a do Pelagianismo, e sustenta que o homem tem capacidade de contribuir para a própria salvação, estabelecendo que o pecador perdido precisa da assistência do Espírito, mas não precisa ser regenerado pelo Espírito antes de poder crer, pois a fé é um ato deliberado do homem e precede o novo nascimento. A fé é o dom do pecador a Deus, é a contribuição do homem para a salvação.
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CONTINUA...




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