"Dou graças a Cristo
Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para
o ministério, a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente;
mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha
incredulidade; contudo a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, com a fé
e o amor que estão em Cristo Jesus" - I Timóteo 1: 12 a 14
Convém
frisar que aqueles que receberam e recebem a Jesus Cristo, a saber, os que
crêem (no presente) em Seu nome, não são aqueles que um dia "aceitaram a
Cristo" ou resolveram crer pelo esforço ou desejo próprio, mas sim aqueles
que nasceram de Deus, não por descendência natural, nem pela vontade da carne,
nem pela vontade do homem, mas pela vontade de Deus (João 1: 10 a 13). Mais uma
vez as Escrituras deixam claro que crer não depende do homem, não depende de
sua escolha, de sua vontade, até porque o homem em seu estado natural não
consegue sequer entender as coisas do Espírito, como poderia crer nessa
condição? (ver I Coríntios 2: 9 a 16). Há muitas mentes afetadas pelo pecado
que são levadas ao convencimento de que se "aceitarem a Jesus"
estarão salvas. Entretanto, não é esse o ensinamento das Escrituras. A elas é
dito que basta crer para ser salvo. É uma verdade, cujo lado mais complicado
não é explicado: ninguém pode crer se pelo céu não lhe for concedido. Paulo
comenta, em Filipenses 1:29, que nos foi "dado" o privilégio de não
apenas crer em Cristo, mas também de padecer por ele. Esse e vários outros
versículos que veremos mais adiante corroboram o que estamos a meditar: a fé é
dom de Deus, é dom da graça que há em Seu Filho Jesus Cristo.
SPURGEON
comenta: "Quando Deus nos mostra nossa ruína completa, nosso infeliz
merecimento e a justiça do veredicto divino contra o pecado, nunca mais
contestamos a verdade de que o Senhor não tinha qualquer obrigação de
salvar-nos; não murmuramos diante do fato de que Ele resolveu salvar outros,
como se estivesse nos causando dano, mas sentimos que, se Ele desejou volver-se
para nós, isso foi um ato espontâneo de bondade imerecida da parte dEle, pelo
que bendiremos para sempre o seu nome. Como poderão aqueles que são objeto da
divina eleição adorar de forma suficiente a graça de Deus? Eles não têm motivo
para se gloriarem, pois a soberania divina exclui com eficácia qualquer motivo.
Somente o Senhor deve ser glorificado; a própria noção do mérito humano será
lançada na vergonha eterna" (in "A soberania de Deus exclui a
vanglória").
Aqui vemos a graça de Deus
relacionada a seu propósito eletivo. Assim, de fato, é o ensino da Palavra. A
eleição é decorrente da graça de Deus."Assim, hoje também há um
remanescente escolhido pela graça. E, se é pela graça, já não é mais pelas
obras; se fosse, a graça já não seria graça" (Romanos 11: 5 e 6). "Todavia,
antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má) - a fim de
que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, não por obras, mas por
aquele que chama - foi dito a ela: "O mais velho servirá ao mais novo.
Como está escrito: 'Amei Jacó, mas rejeitei Esaú'" (Romanos 9: 11 a
13). "Ele (Abraão) é o nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o
Deus que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como
se existissem" (Romanos 4: 17b - explicamos).
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CONTINUA...
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