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segunda-feira, 22 de abril de 2013

JUSTIFICAÇÃO SEM AS OBRAS DA RELIGIÃO - Parte 2


            Contrapondo-se à graça (não tanto no discurso, mas na práxis), temos não poucos religiosos em nosso tempo correndo atrás das obras (que julgam ser boas), cuidando ser esse o meio de alcançar a graça. Triste é que estes que tanto fazem e acontecem não poderão alcançar a graça de Deus, e nem entrarão no descanso do Senhor por esse método, permanecendo na ilusão de que quando morrerem (no aspecto físico) terão descanso eterno. O verdadeiro descanso - que provém da fé - Deus dá hoje, desde agora, mas é no Senhor. E o faz por meio da pregação do Evangelho, que nos leva a nos considerarmos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo.
            Vivemos em um tempo em que há excesso de exaltação do "eu", de maneira que essa pregação de morte com Cristo não é vista com bons olhos. Já as mensagens centralizadas no homem, em suas obras, em seu pretenso poder, em sua liberdade de escolha no processo de salvação, são melodia para os ouvidos e um refrigério para a alma dos incautos, pois a raça adâmica encontra-se impregnada pelo pensamento humanista inoculado em sua natureza desde a queda. Esse pensamento, essa filosofia enaltecida por Aristóteles e que recebeu um grande impulso a partir da Renascença, vem incomodando a Igreja de Cristo desde os seus primórdios. Enquanto Paulo estava preso, sofrendo o abandono dos "cristãos" da Ásia , um novo mestre tornou-se popular - um mestre que trazia uma mensagem de prosperidade que causava comichão nos ouvidos: "Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras". O nome “Alexandre”, significa “aquele que agrada o homem”. Alexandre e Himeneu ensinavam um evangelho falso que satisfazia a carne. O nome de Himeneu provinha de “o deus dos casamentos”. Apresentavam um evangelho de amor, de celebração, de satisfação ao homem, mas sem santidade. Paulo disse que eles arruinaram a fé verdadeira ao justificarem o pecado; não tinham uma consciência pura. Arruinaram a fé através de ensinos agradáveis ao homem. Rejeitaram Paulo devido àquilo que entenderam como sendo a perda de liberdade do apóstolo. Entendiam a situação como falta de fé. Para eles, era o diabo que mantinha Paulo prisioneiro, e deste modo se envergonhavam de suas algemas.
            Fico pensando: como temos "Alexandres" e "Himeneus" nos dias de hoje levando inúmeras pessoas a uma pretensa fé que nada produz além de ilusão! Deveras, o evangelho da prosperidade, dos sinais, do "ver para crer", do "eu posso todas as coisas" à parte do "naquele que me fortalece", traz conseqüências desastrosas. Outros há que, embora fujam dessas heresias, continuam buscando a graça pelo esforço próprio, pelas privações, pelos portentos, pela ocupação de cargos em uma estrutura eclesiástica, supondo que assim estão realizando a obra de Deus. A obra de Deus, porém, é que "creiais naquele que Ele enviou", e apenas Ele mesmo tem competência para realizá-la.
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CONTINUA...

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