Total de visualizações de página

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A GRAÇA E A DEPENDÊNCIA - Parte 2 de 2

            A origem, o motivo, o alvo e a recompensa da vida cristã é uma pessoa: Cristo. Ele é a própria vida eterna que é gerada em nós por graça dAquele que age conforme o beneplácito da Sua vontade, de quem todos são dependentes, inclusive os que se julgam independentes. Deus nos predestinou para sermos conformes à imagem do Seu Filho, vale dizer, para sermos obedientes e dependentes, como Seu Filho; para vivermos em justiça e santidade provenientes da Verdade. Há uma alegria nisso, sem embargo da renúncia que nos é imposta. De fato, perder uma vida de dependência do pecado e ganhar uma vida de dependência da graça é um grande negócio. Trata-se de uma mudança da morte para a vida; da mentira para a verdade; da escravidão para a liberdade; do pecado para a graça. O  nascimento do Alto é o pressuposto de todas essas mudanças. Não há crescimento de um ser que ainda não foi gerado. Para alguém crescer na graça e no conhecimento de Cristo é necessário que esse alguém tenha nascido espiritualmente, que já tenha sido alcançado pela graça regeneradora, e experimentado o conhecimento pessoal do Seu salvador em Sua morte e ressurreição.
            Quanto maior for a operação da graça, maior a nossa dependência dEle, e tanto mais o conheceremos. A vida eterna é conhecê-lO (João 17:3), de maneira que vislumbramos um conhecer relacional sem limites que se projeta na eternidade futura, progredindo segundo a operação da vida de Cristo em nós. Graça e conhecimento estão intimamente enredados, de sorte que a revelação de Cristo em nós nos permite, de uma só vez, experimentarmos a Sua graça e mantermos um estreito relacionamento.
            É bem possível que, embora conhecedores da graça e de Cristo, queiramos fazer as coisas a partir de nós mesmos, e isso efetivamente ocorre. A independência e a auto-confiança são tentações nas quais fácil e despercebidamente incorremos. Ainda que caiamos nessas tentações, temos a convicção de que o processo de crescimento não sofre estagnação. Crescer na graça e no conhecimento, mais do que um imperativo ou um conselho, é o "caminho sem volta do regenerado". Isso implica dependência? Sim! É dolorido? Sim! Mas a graça da vida de Cristo em nós, a "natureza de ovelha" em nós implantada, nos faz reconhecer que não há lugar melhor do que o aprisco do Bom Pastor. Como diria o Salmista, "a Sua vara e o Seu cajado" nos consolam. Só encontramos verdadeiro descanso e consolação em Sua constante disciplina e orientação. Fora disso, só resta a ilusão de uma suposta independência, que tem levado muitos ao inferno, inclusive alguns religiosos que pensam poder entrar no Reino de Deus portadores da velha natureza adâmica, escrava do sentimento de auto-confiança e independência de Deus.
            Graça e dependência nos trazem paz e descanso. Pecado e independência trazem morte e tristeza (esta, segundo o padrão do mundo). Minha oração é que Deus revele em cada um de Seus Filhos, a cada dia mais, a pessoa do Seu Filho. Que Ele nos faça mais ovelhas e nos permita sentir a alegria de Sua presença; o descanso e a paz, a dependência e a obediência que só a natureza divina pode produzir em nós.
          No dia 07 de setembro de 1822, Dom Pedro I bradou o famoso "independência ou morte". Nos primórdios da história da humanidade, Adão optou pela "independência e morte". Hoje, eu clamo por "dependência e vida". Revela em nós, Pai, por graça, a vida de Cristo! Amém!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para comentar, questionar, criticar, sinta-se à vontade!