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segunda-feira, 6 de junho de 2011

DO PERDÃO E DO ARREPENDIMENTO - Parte 1 de 5

"Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Efésios 4:32)

INTRODUÇÃO
            Não há dúvida de que o perdão é um dos temas mais polêmicos no universo das relações humanas. Ele está diretamente relacionado com a culpa que permeia os relacionamentos interpessoais e que é causa de grandes rupturas na rede familiar e social. Sempre que o perdão é retido, a culpa cumpre com o seu papel desagregador, minando o ânimo, a resistência, e os sentimentos que deveriam aproximar as pessoas.
            O perdão é uma virtude importante para a humanidade, sendo premente que o entendamos e o coloquemos em prática de maneira correta. Nada obstante, só pode entender e praticar devidamente o perdão quem tiver vida cristã autêntica, porque ninguém entende melhor de perdão do que Cristo, o Filho de Deus, que deu a própria vida à morte de cruz para remir o pecado de miseráveis e indignos pecadores, dentre os quais me incluo. Cristo não apenas nos deu exemplo de como perdoar, mas revelou-se Ele mesmo a única fonte de perdão autêntico e desinteressado. Bem por isso, falando a cristãos, o apóstolo Paulo nos mostra qual o padrão de perdão que devemos pôr em prática. Vale dizer, assim como Deus nos perdoou em Cristo, devemos nós perdoar aqueles que nos ofendem. Então, para entendermos como deve ser o nosso perdão, é mister que saibamos como Deus nos perdoou em Cristo.
            Para usar a expressão de BRIAN EDWARDS, o perdão Divino é ilimitado, infinito e imerecido, mas não é incondicional, porque pressupõe arrependimento de quem a ele recorre. Analisaremos, portanto, tais aspectos do perdão de Deus em Cristo, a fim de que procuremos ter essa mesma disposição em nosso viver diário.
PERDÃO ILIMITADO
            Aspecto inolvidável do perdão ofertado por Deus em Cristo é que ele não conhece limitação. Deus não perdoou apenas algumas de nossas ofensas, mas todas as nossas ofensas: "E a vós outros que estáveis mortos nos vossos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os nossos delitos" (Colossenses 2:13).
            No dizer de HORATIUS BONAR, "há perdão, não somente para nossas omissões de dever, mas também para nossos próprios deveres; não somente para nossa falta de oração, mas para nossas orações; não somente por termos rejeitado a Cristo durante longo tempo, mas pelos nossos pecados aos nos chegarmos a ele; não somente pela nossa incredulidade, mas pela nossa fé; não somente pela nossa inimizade no passado, mas pelo nosso atual amor frio; não somente pelos pecados que levamos a Cristo, mas pela nossa maneira de os levar; não somente pelos pecados que levamos ao altar do holocausto, e colocamos sobre o sacrifício sangrento, mas pelo modo imperfeito de os levar, pelos motivos impuros que macularam o nosso serviço, e também pelos pecados que se misturaram em nossa adoração, quando estivermos em pé dentro do véu, no santuário onde a majestade do Santo fez a sua habitação".
            Não há, portanto, nenhum delito, ofensa, ou pecado, que não tenha sido perdoado por Deus, de maneira objetiva, através do sacrifício de Cristo. Pela oferta de Seu sangue o Cordeiro de Deus nos remiu do pecado, isto é, de nossa natureza pecaminosa herdada de Adão, bem como de todos os atos pecaminosos que cometemos neste mundo, e de todos os que porventura ainda venhamos a cometer enquanto em vida, porque "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hebreus 9:22-b) e "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (I João 1:7-b). Em suma, há perdão em Cristo para o que somos, para o que fizemos, para o que fazemos, e para o que venhamos a fazer que seja contrário aos interesses de nosso Deus. Não há limites para o perdão Divino.
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CONTINUA...

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