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quarta-feira, 8 de junho de 2011

DO PERDÃO E DO ARREPENDIMENTO - Parte 3 de 5

PERDÃO CONDICIONADO AO ARREPENDIMENTO
             
          Não há perdão sem dívida, portanto Deus só perdoa àquele que se reconhece devedor. Conquanto o perdão Divino seja imerecido, infinito e ilimitado, ele não é incondicional. Deus só perdoa ao faltoso que reconhece o seu erro; ao pecador que é convencido de seu pecado, e dele busca libertação. Eis porque a primeira coisa de que somos convencidos pelo Espírito Santo é do nosso próprio pecado, da nossa incredulidade, indignidade e perdição. Sem arrependimento (que implica mudança de mente), confissão, e súplica, não há, pois, o perdão.
            No Antigo e no Novo Testamento tal realidade está patente, de maneira que sempre que Deus perdoa alguém, este alguém está em atitude de arrependimento, portanto carente de perdão. Isso porque o perdão é medida não apenas remissiva, mas também educativa, disciplinadora, corretiva. Ademais, se não fôssemos levados a uma atitude de arrependimento e de súplica de perdão, seria o perdão realmente necessário? Se o arrependimento não fosse a conditio sine qua non para o perdão, teria Deus feito o ser humano suscetível ao arrependimento? Para que existiria tal sentimento se o perdão fosse concedido incondicionalmente? Certamente, o arrependimento é o bilhete de ingresso nas recâmaras do perdão Divino.
            Passaremos a analisar, no Antigo e no Novo Testamento, a estreita relação entre arrependimento e perdão.

*    II CRÔNICAS 7:13 e 14 - "Quando eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou enviar a peste entre o meu povo; SE o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (destacamos). Deus faz a ferida, e Ele mesmo a sara, é o que fica evidente nessa revelação de Deus a Salomão. Anos depois, o profeta Oséias declarou essa verdade: "Vinde, e tornemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos sarará; fez a ferida, mas a ligará" (Oséias 6:1). Todavia, o perdão dos pecados e a cura da ferida dependem de arrependimento. "Se" funciona aí como conjunção condicional. Se o povo se humilhar, orar, buscar a face do Senhor e se converter dos maus caminhos. É mister, pois, uma mudança de mente, de postura e de direção.
*    ÊXODO 34: 5 a 9 - "O Senhor desceu numa nuvem e, pondo-se ali junto a ele, proclamou o nome do Senhor. Passando o Senhor perante Moisés, proclamou: Senhor, Senhor Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência  e verdade, que usa de beneficência com milhares, que perdoa a iniqüidade, a rebeldia e o pecado. Contudo, ao culpado não tem por inocente; castiga a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração. Então Moisés imediatamente se inclinou à terra, e adorou, dizendo: Senhor, se agora achei graça aos teus olhos, vá o Senhor no meio de nós. Embora este seja povo de dura cerviz, perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado, e toma-nos por tua herança". Se não houvesse a revelação de que Deus não tem por inocente o culpado, talvez Moisés nem tivesse se preocupado em pedir perdão em nome do povo, já que Deus é também reconhecido com tardio em irar-se e grande em beneficência. Moisés intercede pelo povo porque reconhece que se trata de povo de dura cerviz, portanto carente da graça e da presença do Senhor.
*    I REIS 8: 33 e 34 - "Quando o teu povo Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra ti, e se converter a ti, e confessar o teu nome, e orar e suplicar a ti nesta casa, ouve tu então nos céus, e perdoa o pecado do teu povo Israel, e faze-o voltar à terra que deste a seus pais". Salomão declara aí, em forma de pedido, o que Deus já lhe revelara antes, no texto que lemos de II Crônicas. Sem mudança de mente e de postura; sem conversão, confissão e súplica não pode haver perdão, é o que fica claro também nessa passagem.
*    SALMOS 25:11 - "Por amor do teu nome, ó Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande". Eis aí a confissão e súplica de um arrependido de si mesmo. Trata-se do Rei Davi, um homem segundo o coração de Deus, que ainda não tinha o coração de Deus. A iniqüidade nada mais é do que a natureza pecaminosa, o pecado (no singular), que ainda não havia sido perdoado em Cristo.
*    SALMOS 32: 1 a 5 - "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui pecado, e em cujo espírito não há engano. Enquanto me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido o dia todo. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado". Pecado confessado e perdoado é vida para o espírito antes afastado de Deus. Quando nos calamos e não confessamos o que somos e o que fazemos ao Senhor, o espírito fica abatido, a alma enferma, e o corpo doente, por causa da culpa do pecado que nos consome, inclusive ao nosso próprio humor. Por isso, feliz é aquele a quem o Senhor não atribui pecado, e em cujo espírito não há engano, porquanto vivificado pelo Espírito da verdade. 
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CONTINUA...

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