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quinta-feira, 9 de junho de 2011

DO PERDÃO E DO ARREPENDIMENTO - Parte 4 de 5


*    SALMOS 86:5 - "Tu, ó Senhor, és bom e pronto a perdoar, e abundante em amor para com todos os que te invocam". A bondade do Senhor beneficia, ainda que indiretamente, a todos os homens. Ele faz nascer o sol  e descer a chuva sobre justos e injustos. Nada obstante, somente aqueles que O invocam sabem o quanto Ele é bom, abundante em amor, e pronto a perdoar.
*    ISAÍAS 55:7 - "Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos. Converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e torne para o nosso Deus, pois grandioso é em perdoar". Deus revela o quanto é compassivo e grandioso em perdoar para que o pecador saiba que o arrependimento não é vão. Trata-se de um estímulo para que o homem mal se arrependa, isto é, deixe os seus pensamentos, mude de mente (do grego metanoia), converta-se, e se torne para esse Deus perdoador.
*    JEREMIAS 33: 3 e 8 - "Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes. Purifica-los-ei de toda a sua maldade com que pecaram contra mim, e perdoarei todos os seus pecados de rebeldia contra mim". Grande é o benefício de quem clama ao Senhor, de quem é colocado em posição de dependência dEle.
*    LAMENTAÇÕES 3: 41 a 44 - "Levantemos o nosso coração e as nossas mãos para Deus nos céus, dizendo: Nós pecamos, e fomos rebeldes, e tu não nos perdoaste. Cobriste-nos de ira, e nos perseguiste; mataste, não perdoaste. Cobriste-te de nuvens, de modo que a nossa oração não passa". Isso é o que acontece quando não há arrependimento. Aí nós vemos o reconhecimento do profeta de que tudo isso aconteceu porque o povo de Israel foi rebelde e não buscou o arrependimento, nem o perdão. O resultado: morte; falta de perdão; e orações impedidas.
*    MIQUÉIAS 7:18 - "Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia". O Deus do Antigo é o mesmo Deus do Novo Testamento. Aí Ele revela, através do profeta, que o Seu perdão é infinito, por causa de sua misericórdia, na qual Ele se apraz.
*    MATEUS 18:15 - "Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as ouvir, dize-o à igreja; e, se também não ouvir a igreja, considera-o como gentio e cobrador de impostos". Vemos qual o procedimento recomendado por Jesus para com aqueles que se dizem irmãos e que pecam contra nós. Se depois de tudo isso ele (o suposto irmão) não der ouvidos, devemos considerá-lo não mais como irmão, mas como gentio, isto é, como incrédulo. Isto porque não houve arrependimento, fato que nos desobriga de exercitar o perdão.
*    MATEUS 18: 23 a 35 - "Por isso o reino dos céus pode ser comparado a certo rei que quis ajustar contas com os seus servos. E começando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo o que tinha, para que a dívida fosse paga. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários. Lançando mão dele sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe: Sê generoso para comigo e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis. Antes, foi encerrá-lo na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus conservos o que acontecia, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo o que sucedera. Então o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu igualmente compadecer-te do teu companheiro, como também eu me compadeci de ti? Assim, encolerizado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também o meu Pai celeste, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas". Neste texto Jesus continua a falar sobre o perdão, agora por meio de parábola para figurar o Reino dos Céus.  A primeira coisa digna de nota é que ambos os devedores tinham uma dívida grande, sendo a do primeiro, na realidade, impagável. Dez mil talentos era o equivalente a 350.000 quilos de prata; enquanto cem denários era o equivalente a cem moedas de prata que poderiam ser pagas com cem diárias de trabalho braçal.  O senhor, em um primeiro momento, fez justiça, pois mandou vender o servo, com sua mulher, filhos e bens, para que a dívida fosse quitada. Na realidade, eram todos esses bens que lhe pertenciam. Depois que o servo se prostrou e o reverenciou, pedindo para que ele fosse generoso, pois tudo seria pago, a atitude do senhor foi de compaixão, que o levou ao perdão. Quando o servo assumiu a dívida, pediu misericórdia e se dispôs a pagar, a dívida foi paga, não em moeda equivalente, mas por remissão. Apesar de tão grande perdão, o servo impiedoso, já perdoado, foi cobrar uma dívida de um conservo, portanto de alguém semelhante a ele, a qual era muito menor do que aquela que ele devia  ao seu senhor.  Sua atitude foi injusta; não por ter cobrado, mas por ter lançado mão do devedor para o sufocar, sendo que seu único direito em relação ao devedor era o próprio crédito. Ele começou errando pelo meio abusivo de cobrança. Depois, embora o conservo tenha tido a mesma atitude que ele, isto é, de se humilhar, reconhecer a dívida, clamar por misericórdia, e se dispor a pagar, o servo malvado encerrou o seu companheiro na prisão, até que saldasse a dívida. A atitude foi impiedosa, porque em se tratando de dívida pecuniária, deveria ser cobrada em pecúnia, não pela restrição da liberdade do devedor. Assim, o senhor daquele servo impiedoso usou, posteriormente, do mesmo expediente, encerrando-o na prisão, à mercê dos verdugos, ao saber de sua atitude injusta para com seu conservo. Como está escrito, “quem faz injustiça receberá em paga a injustiça feita” (Efésios 3:25-a). Concluímos que, havendo arrependimento, haverá perdão, porque o senhor, figura do próprio Deus, é rico em compaixão e grandioso em perdoar. Porém, se perdoados de uma dívida impagável, a exemplo da dívida do pecado, não usarmos desse mesmo expediente para perdoar a quem se aproxima de nós arrependido, seremos entregues aos "verdugos espirituais" para cobrança dessa intransigência. Havendo crédito em nosso favor, devemos cobrá-lo por meio da repreensão. Havendo arrependimento e confissão, devemos perdoá-lo por meio de desinteressado perdão. 
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CONTINUA...

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