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terça-feira, 7 de junho de 2011

DO PERDÃO E DO ARREPENDIMENTO - Parte 2 de 5

PERDÃO INFINITO
            Um perdão que tem prazo de validade ou limite de duração é tão cruel quanto a própria falta de perdão. Isso porque quem é perdoado espera nunca mais ser cobrado pela falta cometida ou pela dívida remida. Dívida perdoada, como se diz, é dívida paga. Quando isso acontece, ou seja, quando aquele que perdoou cobra uma dívida perdoada, a conclusão lógica é que perdão efetivamente não houve. No máximo, uma moratória travestida de perdão.
            Graças a Deus, Ele perdoa, e perdoa para sempre. Não apenas nossa natureza vil, mas também os pecados dela decorrentes, cometidos sob a lei, cometidos nos tempos da incredulidade e da ignorância. Também há perdão para os pecados cometidos sob a égide da graça, ainda que não os tenhamos praticado com o propósito de sermos agraciados. Aliás, pecar para que a graça superabunde é desgraça. De todos esses pecados, dizíamos nós, não há cobrança, nem lembrança: "Pois serei misericordioso para com as suas iniqüidades, e de seus pecados e de suas iniqüidades não me lembrarei mais" (Hebreus 9:12).
            Isso, porém, não implica um total descaso ou desleixo de Deus para com os Seus filhos, porque Ele disciplina a quem recebe como filho, e o Espírito Santo que em nós habita anseia por nós até o ponto de sentir intenso ciúme, sendo esse mesmo Espírito o responsável pelo constante sentimento de arrependimento de nós mesmos, bem como pelo convencimento de nossos erros e atos pecaminosos, de maneira a estarmos sempre dispostos a buscar correção de rota, a fim de alcançarmos o alvo pelo prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Nada obstante, não há mais cobrança de dívida, pois esta já foi paga, de forma que nossa consciência está sendo sempre purificada de todo o pecado, através do convencimento de pecados, arrependimento e perdão constantes, tudo isso a fim de que sejamos apresentados diante do Noivo santos e irrepreensíveis, sem mácula, ruga ou coisa semelhante.


PERDÃO IMERECIDO
            É fácil concluir que um perdão assim, ilimitado e infinito, não é decorrente de nossos próprios méritos. A única coisa que merecíamos era a condenação, a qual foi justamente aplicada a partir da transgressão de Adão, e atingiu a todos os seus descendentes. Assim, se Deus perdoa a alguns homens em Cristo, justificando-os pela fé no Evangelho que Ele mesmo concede por graça, concluímos que tal perdão é decorrente de Seu amor, de Sua bondade, de Sua misericórdia. Não somos perdoados porque somos bons, mas porque Deus é bom. Não há nada em nós que pudesse chamar a atenção de Deus e O compelisse a perdoar, exceto o nosso pecado e a nossa desobediência. Esses são os fatores que levaram o Deus de toda misericórdia a usar de misericórdia para conosco.
            Interessante é que Deus mesmo encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos os que O recebem. Em outros termos, não há ninguém mais justo; na verdade, não há nenhum justo; todos carecem da misericórdia Divina para alcançar o perdão que há em Cristo. Vale frisar que todos os homens são iguais perante Deus, pois estão na mesma situação: pecadores, miseráveis, indignos, carentes da misericórdia, da graça e do perdão Divinos.
            Quando Deus nos alcança com o Seu perdão, e nos salva da perdição, reconhecemos que a única motivação para tanto foi a Sua própria misericórdia, motivada pela nossa miserável condição: "Outrora nós também éramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou ricamente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador" (Tito 3: 3 a 6).
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CONTINUA...

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