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terça-feira, 14 de junho de 2011

DEVER, PODER E QUERER - Parte 2

DEVER


            As Constituições e as Leis que regem as nações são normas de conduta que trazem explícitos direitos e deveres, e estes, implicitamente, o princípio do dever-ser. Ser e dever-ser são conceitos do filósofo alemão KANT, os quais, segundo o jus-filósofo brasileiro MIGUEL REALE, são posições diferentes, ou ângulos diferentes, do ser (pessoa humana).
            Desde que o homem foi criado (aqui vale dizer que não concordo com a idéia de que o homem é “a medida de todas as coisas”, mas creio que ele é um instrumento da realização do propósito do Criador), dele se espera uma postura ideal em relação à realidade que o cerca. No Jardim do Éden o homem foi posto como administrador do Paraíso. Além disso, lhe foram impostos limites em sua liberdade de agir, cujo escopo era levá-lo a entender onde se situava o princípio do dever-ser, ou o que ele implica, isto é, submissão, obediência, dependência no amor, marcas do caráter da divindade que o formou.
            A Palavra que Deus dera a Adão, e todas as normas subseqüentes que o Criador formulou no intuito de regular sua relação com o ser criado, trazem implícito o axioma do dever-ser. A transgressão primeira, ou o pecado original (conforme Agostinho), foi expressão de um desconhecimento do significado ou do desprezo ao postulado axiomático “não comerás”. A ordem era muito mais do que uma norma limitativa de conduta; era uma manifestação de amor; uma advertência de um Deus cuidadoso, o qual sabia que o homem não poderia conhecer o bem e o mal por sua própria iniciativa e ainda assim viver. Em outros termos, o homem não foi criado para ser independente de seu criador, nem para formular conceitos axiomáticos sob sua própria ótica, mas sim de acordo com a ótica e vontade divinas.
            De fato, a decisão da trindade não foi “façamos o homem um ser livre e independente”, mas na realidade “façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gênesis 1:26). É certo que Adão foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:27; Gênesis 9:6). Todavia, após a introdução do pecado em sua natureza passou a gerar filhos conforme a sua imagem, segundo a sua semelhança de ser caído (Gênesis 5:3). Não apenas Sete foi gerado à imagem e semelhança de Adão. Desde Caim, Adão vem transmitindo por herança genética a sua natureza de pecador a todos os seres gerados de espermatozóide humano. Caim foi o primeiro assassino da história, o que comprova que efetivamente já fora gerado à imagem e semelhança de seu pai pecador.
            O plano da trindade não se concretizou em Adão. A figura do oleiro, que Deus revelou ao profeta Jeremias (Jeremias 18: 1 a 6), mostra claramente que Adão foi um vaso que se quebrou enquanto estava sendo feito: “Mas o vaso de barro que ele estava formando estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com a sua vontade” (Jeremias 18:4). Aqui fica clara a obra de regeneração do pecador. Em Adão todos fomos feitos pecadores, mas em Cristo muitos são feitos novas criaturas, vasos novos, justificados e santificados para a honra e glória do Criador, desta feita gerados à semelhança de Cristo. 
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CONTINUA...

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