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sexta-feira, 8 de abril de 2011

OS 3 "NUNCAS" DO NÃO REGENERADO - Parte 2 de 2



"NUNCA" AO RECONHECIMENTO DO PECADO

"Disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis, pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão. Mas, depois que eu tiver ressurgido, irei adiante de vós para a Galiléia. Declarou Pedro: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu! Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, esta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. Mas Pedro insistia com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. Da mesma maneira disseram todos" (Marcos 14: 27 a 31).

            Duas coisas são de importante destaque, logo de cara. A primeira, é que aqui no registro de Marcos não foi apenas Pedro que negou que negaria, mas todos os que com ele estavam assumiram a mesma postura. Estavam, com a melhor das intenções, negando a própria Palavra de Deus, porque Jesus declarara que todos se escandalizariam, como está escrito. A Palavra de Deus sempre se cumpre, por isso logo se descortina a ilusão em que se encontra todo aquele que procura contemporizar a dureza das verdades contidas nas Escrituras. O segundo destaque vai para o fato de que Pedro afirmara que, se necessário fora, morreria com Jesus, mal sabendo ele que de fato seria, no Kairós, atraído àquela cruz, mas não por meios físicos, e sim espirituais.
            Se a prova máxima do pecador é ele não conhecer o próprio pecado, como dizia LUTERO, nesse episódio tal realidade se observa com bastante nitidez. Pedro não conhecia quão enganoso era o seu coração e quão profundamente arraigado estava o pecado ao seu espírito ainda não regenerado. Pedro não conhecia Aquele que iria salvá-lo, nem muito menos o método adequado, escolhido por Deus. Queria desembainhar a espada, ir para a prisão, e até morrer com Jesus, se fosse preciso, mas no momento literalmente crucial, negou-O. Do ponto de vista espiritual, Pedro não mentiu, porque de fato não conhecia Aquele que chamava de Mestre e Senhor. Não conhecendo a Cristo, não poderia conhecer a si mesmo. Por isso, no processo salvífico, a primeira coisa de que somos convencidos pelo Espírito Santo é de nosso pecado, de nossa incredulidade, de nossa cegueira espiritual.
            Pedro não poderia admitir o senhorio de Cristo antes de sua regeneração. Entre a aprovação do mundo e Cristo, o não-regenerado opta pela primeira. Enquanto a Palavra de Deus não lançar Suas raízes no fundo do espírito morto, levando-o a morrer na cruz de Cristo para ser regenerado em Sua ressurreição, o testemunho do portador de tal espírito será meramente interesseiro e circunstancial. Vindo os escândalos e a perseguição por causa da cruz de Cristo, tal pessoa logo negará qualquer envolvimento com a verdade e com Aquele que é a própria Verdade.

CONCLUSÃO

            "Nunca diga nunca" é um brocardo interessante. Contudo, só na ressurreição de Cristo foi possível a Pedro abandonar os seus "nuncas" e assumir o "sempre" da vida eterna, da vida de Cristo em seu interior: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (1a. Carta de Pedro 1:3).  Pedro só poderia fortalecer os seus irmãos e apascentar as ovelhas de Cristo depois de ser regenerado. Enquanto não regenerado, ele era um negador da verdade: do Evangelho, da regeneração e do pecado. Depois de regenerado, foi feito não apenas discípulo, mas pastor de ovelhas. Imagino que, como Paulo, que perseguia a Igreja de Cristo, Pedro, que negou em tantas ocasiões a Verdade de Deus, deve ter sido levado a uma maior conscientização do que ele era e do que Cristo era nele, de maneira a se tornar um vaso cada vez mais desprovido de si mesmo e, desta forma, preenchido e transbordado pela glória do Eterno.
            Que Deus nos ajude a nunca negarmos a Sua Palavra, quer por palavras, que por atitudes, mas a negarmos aquilo que provenha do maligno, deste mundo, e de nós mesmos.
 

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