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terça-feira, 5 de abril de 2011

O FRACASSO DA TEOLOGIA HUMANA - Parte 5 de 6


            Sobre os que ensinavam falsas doutrinas por amor ao dinheiro, os quais se manifestavam na igreja primitiva e continuam a se manifestar nos dias de hoje, ensinava Paulo: "Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada entende. Esse tal mostra um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca de palavras, que resultam em inveja, brigas, difamações, suspeitas malignas e atritos constantes entre aqueles que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro. De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro" (I Timóteo 6: 3 a 6). Quanto à impiedade que grassaria nos últimos dias, Paulo adverte a Timóteo: "Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: Pregue a Palavra, esteja preparado a tempo  e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos" (II Timóteo 4: 1 a 4 - grifamos).
          Esse tempo a que se referia Paulo certamente já chegou e se chama hoje. Dentre as aberrações que são criadas pelos líderes das igrejas ditas evangélicas da atualidade, ouve-se falar de "torrões da terra santa, água do Rio Jordão, rosa mística, copo d'água", tudo isso acrescido às benfazejas prosperidades, conforme comenta CILAS EMÍLIO DE OLIVEIRA. Em seu artigo "Cristianismo Místico", ele nos lembra esses "fogos estranhos" que criptam nos altares das igrejas de nossos dias. Segundo o autor, "A mensagem central, aquela que conclama o pecador a reconhecer-se afastado de Deus, necessitado de arrependimento, de ser regenerado pelo sangue do Senhor, há muito tempo deixou de ser o clímax da pregação evangélica. Hoje o apelo é no sentido de receber curas, prosperidades através de elementos místicos e doses extremamente altas de "pentecostalismo", cuja identidade com o derramar do Espírito recebeu o timbre da modernidade e dotes pagãos. Como no século V quando a igreja foi invadida por levas de cristãos nominais, "convertidos" ao cristianismo por decreto, o panorama eclesial hoje possui características análogas à época de Constantino. Fosse a mensagem única e exclusiva do evangelho da graça, com compromisso com o Senhor da Igreja, e a tomada de consciência por parte do pecador de seu estado miserável, pregada nos altares das igrejas, as milhares de comunidades dadas à sanha de líderes compromissados com as benesses, não estariam tão cheias como acontece atualmente". 
          "Precisamos Novamente de Homens de Deus" é título do artigo de A. W. TOZER que, em uma análise da situação espiritual dos líderes de nosso tempo, com a propriedade de sempre, comentou: "A igreja suspira por homens que se considerem sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto. (...) Esses homens jamais tomarão decisões motivados pelo medo, não seguirão nenhum caminho impulsionados pelo desejo de agradar, não ministrarão por causa de condições financeiras, jamais realizarão qualquer ato religioso por simples costume; nem permitirão a si mesmos serem influenciados pelo amor à publicidade ou pelo desejo por boa reputação. (...) A verdadeira igreja jamais sondou as expectativas públicas, antes de se atirar em suas iniciativas. Seus líderes ouviram da parte de Deus e avançaram totalmente independentes do apoio popular ou da falta deste apoio. Eles sabiam o que era a vontade de Deus e o fizeram, e o povo os seguiu (às vezes em triunfo, porém mais freqüentemente com insultos e perseguição pública); e a recompensa de tais líderes foi a satisfação de estarem certos em um mundo errado. Outra característica do verdadeiro homem de Deus tem sido o amor. O homem livre, que aprendeu a ouvir a voz de Deus e ousou obedecê-la, sentiu o mesmo fardo moral que partiu os corações dos profetas do Antigo Testamento, esmagou a alma de nosso Senhor Jesus Cristo e arrancou abundantes lágrimas dos apóstolos. (...) Se o cristianismo evangélico tem de permanecer vivo, precisa novamente de homens, o tipo certo de homens. Deverá repudiar os fracotes que não ousam falar o que precisa ser externado; precisa buscar, em oração e muita humildade, o surgimento de homens feitos da mesma qualidade dos profetas e dos antigos mártires" (in Revista "Fé para Hoje", ed. Fiel, n°. 1, 1999, pp. 18 e 19).
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CONTINUA...

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