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segunda-feira, 28 de março de 2011

O PRINCÍPIO ESPIRITUAL DA VISÃO - Parte 4 de 4


("Mas se o nosso evangelho ainda está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" –  II Coríntios 4: 3 e 4)


            É mister enfatizar a necessidade de mudança: da natureza de Adão para a natureza de Cristo; da paternidade do diabo para a paternidade de Deus; do nascimento da carne para o nascimento do Espírito; do coração de pedra para um coração de carne; da vida do "eu" para a vida de Cristo; da vida de incredulidade para a vida de fé. O pressuposto dessas mudanças todas é o novo nascimento. Nascer do Alto, nascer da Palavra e do Espírito é uma necessidade de todos os homens, independentemente de nacionalidade, cor, raça, religião, profissão, nível intelectual e posição social. Todos estão, por natureza, mortos espiritualmente. É necessário que haja vivificação pelo Espírito Santo, para que esse morto creia e passe a enxergar com os olhos da fé, e a viver por essa fé.
            Em Efésios 2: 1 a 10, verificamos que não há participação humana na salvação. Até a fé é dom de Deus, e só é dada após a vivificação pelo Espírito Santo. Logo, a salvação é pela graça, não pelas obras, e tal verdade encontra-se explicitada no ensino das Escrituras como um todo.
            MARTINHO LUTERO pontuou: "Paulo declara que o evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê". Isso significa que, não fosse o poder de Deus conferido através do evangelho, ninguém teria forças, em si mesmo, para voltar-se para Deus. Paulo prossegue, asseverando que isso tem aplicação tanto aos judeus quanto aos gentios. A conversão de qualquer pessoa acontece quando Deus vem até ela e vence-lhe a ignorância ao revelar-lhe a verdade do evangelho. Sem isso, ninguém jamais poderia ser salvo. Parece que a justiça própria alcançada por alguns judeus ou gentios levou-os a deixarem de buscar a justiça Divina através da fé, para fazerem as coisas à sua própria maneira. Portanto, quanto mais o "livre-arbítrio" se esforça, tanto piores tornam-se as coisas. Não existe um terceiro grupo de pessoas, que se situe em algum ponto entre os crentes e os incrédulos - um grupo de homens capazes de salvarem-se a si mesmos. Judeus e gentios constituem a totalidade da humanidade, e todos eles estão debaixo da ira de Deus. Deus precisa tomar a iniciativa e revelar-Se a eles" 28.
            Cristo é o autor e consumador da fé. A fé de que precisamos para viver é a fé dEle mesmo, que só passa a ser nossa após a regeneração, após o novo nascimento. Portanto, o princípio espiritual da visão é desfeito em Cristo. Na cruz Ele morreu para o pecado, para a natureza adâmica, para a natureza de incredulidade, após atrai-la a Si. Se Ele nos der Sua vida, teremos fé. Se ainda não cremos que fomos crucificados com Ele, e com Ele ressurgimos, é porque ainda não fomos vivificados pelo Espírito Santo, ainda não fomos gerados pela Palavra e pelo Espírito. Enquanto não nos for dado crer que também fomos incluídos naquela cruz, que o nosso espírito foi atraído a Cristo, a fim de ser um com o Espírito Santo que o ressuscitou dentre os mortos, permaneceremos no pecado e na incredulidade, continuaremos escravos do princípio espiritual da visão, quer admitamos ou não. Enquanto você estiver enxergando apenas as realidades terrenas e as manifestações visíveis da realidade espiritual, necessitando ver para crer, você na realidade permanecerá cego espiritualmente. Note que Cristo é o ungido de Deus que veio para evangelizar aos pobres, apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor 29. Só Ele, por intermédio do Seu Evangelho e do Seu Espírito, pode livrar-nos da morte e da cegueira espiritual, para que, em última análise, tenhamos a vida dEle em nós, e andemos por fé, e não por vista 30, pois afinal "nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: o justo viverá da fé" 31. Assim, como bem disse o apóstolo, "fixamos os olhos não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno" 32.

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS
1 Hebreus 11:1
2 Hebreus 11:3
3  Gênesis 3:6 (grifo nosso)
4 Gênesis 2: 16 e 17
5 Gênesis 3:7
6 Romanos 5:12 e I Coríntios 15: 45 a 48
João 20:25 (o grifo não consta do original)
8 João 20:29
9 João 4:48
10 João 7: 3 e 4 (grifamos)
11 João 7:5
12 João 11:40
13  João 8:24
14 João 8: 28 e 29
15 Romanos 6:10
16 Ezequiel 18:20
17 Romanos 6:7
18 João 16: 7 a 11
19  João 16: 13 e 14
20 João 8: 31 e 32
21 João 8: 34 e 36
22 Marcos 15: 31 e 32
23 Romanos 1:16
24 Colossenses 1: 26 a 29
25 Efésios 1: 3 a 6
26 II Coríntios 5: 14 e 15
27 Romanos 6: 4 e 5; 8 a 10
28 "Nascido Escravo" (Um Resumo da Obra "Escravidão da Vontade"), Editora Fiel, 1a. edição, São José dos Campos, 1992, p. 13/14
29 Lucas 4:18
30 II Coríntios 5:7
31 Romanos 1:17
32 II Coríntios 4:18
 

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