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quarta-feira, 30 de março de 2011

FÉ PARA MORRER - Parte 2 de 2

( "Não temas as coisas que estás para sofrer. Escutai: o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" – Apocalipse 2:10)

            O texto base, retirado da carta ao Pastor da Igreja em Esmirna, fala sobre a “fidelidade até à morte”, que nada mais é do que a fé verdadeira. Alguns teólogos ousam afirmar que a tradução correta seria “sê fiel até para a morte” ou, em outras palavras, “creia até na hora da morte” ou “creia até diante da morte”. Isso porque o termo “fiel” é traduzido do grego PISTOS (derivado de PISTIS, que significa “fé”), uma variação de “crente”, aquele que crê. De fato, os vencedores, os verdadeiros crentes, são aqueles que diante da morte não amaram a própria vida: “Então ouvi uma forte voz dos céus que dizia:Agora veio a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, pois foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus dia e noite. Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela Palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida” (Apocalipse 12:11 - NVI). Bem por isso, Jesus já declarara: “Quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará” (Marcos 8:35 – NVI, grifo nosso).

            Aqui fica claro que o Evangelho anuncia a morte do pecador em Cristo, e a fé no Evangelho implica necessariamente o reconhecimento dessa co-crucificação com Cristo por parte do crente, do contrário não há fé, mas presumida salvação e falsa crendice. Só morrendo na cruz com Cristo o homem pode ser salvo, porque a morte para o pecado é que o liberta da incredulidade, das trevas da ignorância espiritual, e produz a reconciliação com o Criador, não mais na condição de mera criatura, mas de filho. Portanto, só quem já morreu com Cristo e está vivo nEle pode ter fé para declarar-se morto (ainda que vivo no corpo desta carne), e aborrecer a própria vida em face da morte.

             SPURGEON dizia, em outros termos, que não é difícil encarar a morte (física) quem se considera morto (com Cristo) todos os dias. Esse era o testemunho do apóstolo Paulo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21); “Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia. Somos reputados como ovelhas para o matadouro” (Romanos 8:36); “Trazendo sempre por toda a parte o morrer de Jesus, para que a vida de Cristo se manifeste também nos nossos corpos. E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal” (II Coríntios 4: 10 e 11). Ainda mais conhecido é o testemunho de Sadraque, Mesaque e Abednego, um dos mais notáveis do Velho Testamento, que diante da iminência da morte deram testemunho de fé incondicional e verdadeira: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Daniel 3: 17 e 18). O resultado também é conhecido: Deus os livrou do dano da fornalha ardente. Criam, por isso viram o livramento, mas continuariam crendo ainda que não houvesse o livramento.

            A fé dos santos é provada todos os dias. Por isso o testemunho de morte com Cristo, e de vida nEle, é testemunho diuturno, constantemente provado para que enfim a fé seja aprovada. O justo viverá pela fé, morrerá com ela e em alguns casos por causa dela. Assim foi, assim é, e assim será na perseguição da tribulação que sobrevirá à terra: “Se alguém deve ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém deve ser morto à espada, necessário é que à espada seja morto. Nisso repousa a perseverança e a fidelidade dos santos” (Apocalipse 13:10). Na versão espanhola: “Aqui se verá la fortaleza y la fe del pueblo de Dios”.

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