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terça-feira, 29 de março de 2011

FÉ PARA MORRER - Parte 1 de 2


("Não temas as coisas que estás para sofrer. Escutai: o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" – Apocalipse 2:10)


            Muito se ouve falar de fé para viver: viver com prosperidade material (a erroneamente chamada “vida em abundância”); viver sem doenças; viver sem dívidas; viver sem tribulações; viver sem problemas. Essa experiência de fé certamente não é a fé bíblica, mas a crendice popular patrocinada pelo inferno que tem invadido as igrejas ditas “cristãs”, notadamente nos Países do Terceiro Mundo. Já se comentou sobre a “globalização da fé”, e o termo é adequado para descrever o que tem ocorrido no tocante a essa pretensa fé, que de fé não tem nada, e que por ser fé demais (fede mais), cheira mal.

            Nunca se tratou de assunto tão sério de maneira tão banal. Hoje, mais do que nunca, a massificação dessa crendice chamada de fé é sinal evidente da “fé de sinais”, e sinais mentirosos. O caminho do chamado “Iníquo”, que é segundo a eficácia de Satanás, está sendo preparado a olhos nus, à vista de todos aqueles que conseguem enxergar com os olhos do Alto, e discernir com a mente de Cristo. Aquele caminho, conforme diz Paulo, será revelado “com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem” (II Tessalonicenses 2: 9 e 10-a). Estes, que perecem, estão enredados “pela operação do erro, para que creiam na mentira, e para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade” (idem, vers. 11 e 12). Os que estão “crendo” em sinais, e exercendo a “fé para viver” obviamente fazem parte desse grupo de enganados. Para ilustrar, há igrejas com cartazes em seus muros agendando dia e hora para a operação de sinais, e ainda ousam convocar os seus “fiéis” e a todos os infiéis também para que lá compareçam “com fé”. Ou seja: para que o milagre seja feito é necessário que o incauto compareça com fé. E aí fica claro que o sujeito pode até deixar de crer fora daquele local, mas naquele lugar e hora a fé é indispensável para que os sinais sejam realizados.

            A verdadeira fé, todavia, não é para a vida, mas para a morte. Não crê quem está vivo (em si mesmo), mas quem está morto (co-crucificado com Cristo). A fé não se prova na vitória sobre os problemas, mas sim em meio aos problemas. “No mundo tereis aflições”, e a fé só é provada em meio às provações. O que fazem esses operadores de sinais, senão querer provar a fé tentando poupar os pretensos crentes das provações? Duas coisas podem ocorrer neste caso: a prova é anulada ou o resultado inexorável é a reprovação. Isto porque a fé não pode ser constatada retirando-se as circunstâncias que servem justamente para aprová-la. O que fica patente em tudo isso é que a “fé para viver”, e viver sem problemas, é fé apenas no nome. A fé, em suma, não é provada pelo apego às coisas desta vida, mas pela vocação natural (talvez fosse melhor dizer “sobrenatural”) para suportar as provações, inclusive a própria morte.
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CONTINUA...

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