Salvação e novo nascimento
Se
é certo que sem o novo nascimento ninguém verá nem entrará no reino de Deus
(João 3: 3 e 5), a soteriologia deve preocupar-se apenas com essa operação de
Deus, suas causas e conseqüências. Diga ao homem o que quiser, mas se não falar
da necessidade de novo nascimento não conseguirá ter nada além de um prosélito.
Há muitos pregadores querendo convencer seus ouvintes de muitas verdades no afã
de persuadi-los a aceitarem a salvação. Nesse caso, não poderão testemunhar uma
regeneração, pois "a persuasão não é capaz de fazer novas criaturas",
como bem observou ASAHEL NETTLETON, conhecido como "o oponente de
Charles Finney". Certa feita, pontuou o citado autor:
"Dentre
todos os assuntos, aquele que se refere à nossa passagem da morte para a vida
com certeza é o mais importante e interessante. Ter idéias claras e definidas
sobre este assunto é crucial; errar no que concerne a ele equivale a um perigo
terrível. A fim de
evitar uma compreensão errada sobre o assunto, afirmei que a
regeneração é uma obra especial efetuada pelo poder do Todo-Poderoso. Os que
erram neste assunto jamais tentaram negar abertamente que os crentes são
nascidos de Deus, pois isto corresponderia a renunciar toda aparência de
confiança nas Escrituras. Eles escolheram um método mais seguro para divulgarem
suas opiniões: ao mesmo tempo que preservam as palavras dos autores sagrados,
atacam e desprezam o significado das mesmas, de modo que a regeneração se torna
uma simples aplicação de um rito externo ou uma persuasão da mente afetada de
maneira comum, que resulta em uma reforma da moralidade.
Pelágio,
no século IV, inventou e advogou um esquema de regeneração que, com poucas modificações,
às vezes na fraseologia ou no acréscimo e diminuição de algumas partes, tem
sido o método de quase todos os sectários, os quais se apartaram dos ensinos
ortodoxos do evangelho. Em épocas diferentes, autores têm surgido em diversos
países, levando adiante este ilusório ensino sobre o novo nascimento em termos
elaborados por eles mesmos.
O
fato é que quase todo o sistema de ensinos fundamentado em noções obscuras e
inadequadas sobre este importante assunto da regeneração é apenas um reflexo da
heresia de Pelágio, universalmente condenada pela igreja dos primeiros séculos,
que agora se apresenta em nova roupagem e, para assegurar sua aceitação, segue
os padrões do mundo moderno" ("Regeneração", Revista "Fé
para Hoje", nº. 5, 2000, pp. 12 e 13).
Jesus
deu ênfase à imperiosa necessidade de nascer da Água (a Palavra de Deus, o
próprio Cristo) e do Espírito, e essa tem que ser nossa pregação se quisermos
ver salvação de verdade. Paulo não falava de outra coisa senão da necessidade
de regeneração, o que fazia pelo testemunho constante de sua experiência
pessoal de fé em sua morte e ressurreição com Cristo. Alguém tem dúvida de que
Paulo era salvo? Então por que não se atenta para o que ele pregava e não se
prega o que ele testemunhava? Certamente porque grande parte dos pregadores
modernos ainda não tiveram a experiência do novo nascimento, portanto dela não
podem dar testemunho convincente, coerente e verdadeiro. Pela praxis e por suas palavras, negam a fé como dom da graça.
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CONTINUA...
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