De
tudo isso concluo, em resposta à pergunta que sugeri, que se você ainda não
nasceu de novo, isto é, se não foi regenerado, se não foi vivificado pelo
Espírito Santo, se não houve troca de natureza em você, se o seu "eu"
ainda domina seu coração, você certamente permanece na incredulidade. A sua
suposta fé não lhe salvou; apenas fê-lo membro de uma agremiação religiosa.
L.
R. SHELTON JR., com muita propriedade, pondera:
"A
razão por que a maioria das pessoas supõem que todos os que fazem uma decisão
por Cristo e uma profissão de fé nEle são salvas, é porque não acreditam que a
verdadeira fé salvífica é um dom de Deus ao pecador mediante o seu Espírito (Ef
2.8). É universalmente suposto que a fé salvífica nada mais é do que um ato da
vontade humana, que qualquer homem é capaz de realizar. Acredita-se que tudo
quanto é necessário para a salvação é trazer diante do pecador uns poucos
versículos das Escrituras que descrevem sua condição de perdido, mais alguns
que contêm a palavra "crer"; segue-se um pouco de persuasão para ele
"aceitar a Cristo", e a obra está feita!
Fico
aflito ao ver tantas pessoas que foram persuadidas a crer que foram salvas
quando, na realidade, sua fé brotou de nada mais do que um processo
superficial da lógica. Vejo um problema da falsa segurança que está
totalmente baseada numa fé que brota do raciocínio carnal.
(...)
Alguém me responderá rapidamente com João 1.12, que diz: "Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber:
aos que crêem no seu nome". É verdade; mas aquele trecho das Escrituras
não termina aí. Há ponto e vírgula àquela altura, e o restante da frase diz:
"... os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus."
Veja
bem: a salvação vem do Senhor. A fé salvífica é um dom de Deus:
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9). Por
quê? porque estamos lidando com pecadores depravados cuja vontade é mantida no
cativeiro por um coração depravado, e um coração depravado que ama o pecado
nunca quer vir a Cristo. Lemos em João 5.40: "Contudo não quereis
vir a mim para terdes vida". Por que não? porque pela sua própria natureza
o pecador não vem a Cristo, nem abandona os seus pecados, nem se arrepende
deles, nem se submete à autoridade de Cristo à parte de uma obra da graça
divina no seu coração.
Conhecendo
a profunda depravação do coração humano, nosso Senhor Jesus disse em João 6.44:
"Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer". Sei
que essas palavras são totalmente diferentes do evangelismo nos dias de hoje,
mas trata-se da Palavra de Deus.
(...)
Para ser aceito por Cristo, não somente devo chegar-me a Ele, renunciando toda
a minha própria justiça (Rm 10.3) como mendigo de mãos vazias (Mt 19.21), mas
também devo abandonar minha voluntariedade e rebeldia contra Ele. Devo beijar o
Filho para que não se irrite (Sl 2.12); devo confessar e abandonar meus pecados
(Pv 28.13); devo abandonar meu caminho perverso e meus pensamentos iníquos (Is
55.7). Só o poder de Deus e a graça de Deus podem operar tal coisa. Por
quê? Porque a natureza humana não fará nada disto. Deve, portanto, haver uma
entrega de mim mesmo à autoridade de Deus mediante o poder do Espírito Santo
(Sl 110.3)".
O
autor conclui com a seguinte colocação: "Uma verdadeira fé salvífica em
Cristo consiste em curvar-se diante da autoridade da Palavra de Deus, em chegar-se
para Cristo e abandonar seu próprio caminho, em entregar a totalidade do nosso
ser ao seu Senhorio, e em obedecer-Lhe de todo o coração" ("A
Decisão Por Cristo - O Que Isto Significa?", ed. Fiel, 4a. edição, São
José dos Campos-SP, 1999, pp. 88, 89 e 90 - os destaques em itálico constam
do original).
Como
fez o supracitado autor, ao final de sua obra que vem de ser lida, eu pergunto:
Você tem experiência dessa fé?. Se tem, não tem de que se gloriar, nem pode
querer louvar outra coisa senão a gloriosa graça de Deus que o salvou.
__________
CONTINUA...
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