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domingo, 10 de março de 2013

A FÉ É DOM DA GRAÇA - Parte 1


("Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras, para que ninguém se glorie" - Efésios 2: 8 e 9)            

     O cristianismo histórico tem-se dividido, quanto à questão da soteriologia, em 2 grandes grupos: os que pregam a "graça parcial" e os que pregam a graça plena. Esta significa que a salvação depende de Deus somente; aquela consiste na crença que Deus faz uma parte e o homem outra, de maneira que o homem é agente da própria salvação. A diferença entre a graça plena e a "graça parcial" é, paradoxalmente, tênue e gritante. É tênue na medida em que a graça, nos dois casos, é admitida como causa da salvação. É gritante, porquanto na graça plena Deus salva; na "graça parcial", Deus providencia os meios, o chamado geral, e fica aguardando a "boa vontade" do homem, a qual, em última análise, é que determina se o homem vai ser salvo ou não.
            A graça plena, a meu ver, é tudo, ao passo que a "graça parcial" nada é. É fácil verificar, até pela etimologia, que a "graça parcial" é uma contradição de termos. Segundo "o Aurélio", "graça" (do latim gratia) significa "favor dispensado ou recebido; mercê, benefício, dádiva". Na concepção teológica do termo, "graça" quer dizer "dom ou virtude especial concedido por Deus como meio de salvação ou santificação; favor ou mercê concedida por Deus a uma pessoa". Constata-se que a concepção de "graça" no dicionário é melhor do que aquela encontrada em muitas declarações doutrinárias de igrejas ditas evangélicas; diz mais do que muitos sermões que tentam explicá-la.
            O que quero demonstrar é que pela própria origem do termo não pode haver "graça parcial" ou condicional. Ou há graça plena ou não há graça. Um exemplo: Resolvo dar um banquete e digo para alguém: "Você não precisa pagar nada para participar do banquete"; e a outro digo: "O ingresso para o banquete custa R$ 0,05 (cinco centavos)". Pergunto: qual dos dois entrou de graça ou por graça? o primeiro, certamente. Escolhi como preço para a entrada do segundo a moeda mais insignificante do padrão monetário nacional para provar que não importa o valor exigido; desde que ele exista, descaracterizada está a gratuidade da vantagem concedida. Não resolve pensar que foi quase de graça. Quase é algo que não se completou. "Graça parcial", portanto, não é graça.
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CONTINUA...

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