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quarta-feira, 13 de março de 2013

A FÉ É DOM DA GRAÇA - Parte 4


("Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras, para que ninguém se glorie" - Efésios 2: 8 e 9)



Não pelas obras

            Não se cogita de obras do homem para que este alcance a salvação, pois esta decorre da graça de Deus. O texto de Efésios 2:9 ("não das obras, para que ninguém se glorie") é facilmente assimilado até por quem advoga a "graça parcial". A salvação não vem por obras, isso não é difícil de enxergar. Devemos observar, contudo, o contexto em que está inserida essa passagem da carta aos Efésios. Paulo vem explicando a situação em que se encontravam antigamente os que não criam no evangelho, mas que agora eram considerados seus irmãos na fé. Ele dizia: "Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós (incluindo Paulo) também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira" (Efésios 2: 1 a 3 - o comentário entre parênteses não consta do original). O que vem em seguida? Que um dia resolvemos crer e tudo mudou? Que graças à nossa fé alcançamos a salvação? Não, felizmente não! Paulo é bastante claro: "Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressão - pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com Ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em bondade para conosco. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;  não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus, realizada em Cristo Jesus, para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos" (versículos 4 a 10).
            Paulo está fazendo uma apologia da graça de Deus, a qual decorre de Sua bondade, de Sua misericórdia, de Seu amor. Por Sua graça Ele nos deu vida juntamente com Cristo, a fim de que Cristo fosse a nossa vida. Aí está a salvação da morte eterna, a qual alcançamos quando cremos (pela fé que nos é dada por graça), após o conhecimento da Palavra viva de Deus (Rhema) e a vivificação pelo Espírito Santo.
            Paulo não fala de obra humana alguma nesse processo, nem mesmo em uma "obra da fé" (como pregam alguns) ou de fé como manifestação do homem exigida para a sua salvação. A fé, sem dúvida, é necessária à justificação e à salvação. Mas, se a salvação é por graça, a fé necessariamente tem de ser. A graça é responsável pela fé, e esta só nos é dada após a vivificação pelo Espírito Santo, que nos faz ressuscitar juntamente com Cristo a fim de que vivamos a vida de Cristo, pela fé dEle que, afinal, é o autor e consumador da fé (Hebreus 12:2). De fato, como pode o homem natural crer se ele está morto em delitos e pecados, e vive por princípio na desobediência, sujeito ao poder do príncipe das trevas?. Assim, só podemos crer depois da regeneração, da vivificação pela Palavra e pelo Espírito. A regeneração antecede a fé, e não o contrário, como querem os arminianos e os semi-pelagianos. Após a vivificação pelo Espírito somos levados a ressuscitar juntamente com Cristo. Eis o conceito completo do novo nascimento: nascer do alto, nascer da Palavra (que é Cristo) e do Espírito (que nos vivifica). Por isso somos "criação de Deus realizada em Cristo". Nem as boas obras que passamos a praticar são nossas, porque Deus as preparou de antemão para que andássemos nelas (Efésios 2:10). Não há nenhuma participação humana no processo de salvação, porque Deus é quem efetua em nós tanto o querer quanto o efetuar (Filipenses 2:13), ou seja, quando o homem sente a vontade de ser liberto do seu pecado, do seu "eu", essa vontade já é manifestação da graça de Deus, pois por natureza, por livre e espontânea vontade, ninguém poderia "negar-se a si mesmo" (Marcos 8: 34 e  35).
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CONTINUA...

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