("Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras,
para que ninguém se glorie" - Efésios 2: 8 e 9)
Para o louvor da
Sua gloriosa graça
No
início da carta aos Efésios, lemos uma declaração de fé e uma aula de
soteriologia, da parte de Paulo, nos seguintes termos: "Bendito seja o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos
espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Porque Deus nos escolheu nele
antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua
presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de
Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua
gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado" (Efésios 1: 3 a
6). É certo que só herdarão o reino de Deus aqueles que forem adotados como
filhos, em Cristo. Mas, para que somos adotados? Para o louvor da Sua gloriosa
graça. Deus faz tudo por graça e para o louvor dela. A graça de Deus é ao mesmo
tempo meio e fim. A graça não é barata, pois custou o sangue do próprio Filho
de Deus. Com efeito, "nele (no Amado) temos a redenção por meio de seu
sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de
Deus, a qual ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento. E nos
revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que
estabeleceu em Cristo, isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas,
celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos. Nele fomos
também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz
todas as coisas segundo o propósito da sua vontade, a fim de que nós, os que
primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória. Quando vocês
ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram
selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa
herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua
glória" (Efésios 1: 7 a 14 - o comentário entre parêntesis não consta
do original).
THOMAS
ASCOL, a respeito desse trecho da carta aos Efésios, comenta:
"Três
vezes, nesses versículos, Paulo expressou louvor em conexão com a glória de
Deus (vv. 6, 12 e 14). Em cada instância, ele estava contemplando um aspecto de
nossa salvação trinitária. Deus, o Pai, nos elegeu "para louvor da glória
de sua graça". Deus, o Filho, nos redimiu "a fim de sermos para
louvor da sua glória". Deus, o Espírito Santo, nos selou "em louvor
da sua glória" ("O Diagnóstico e a Igreja Moderna", Revista
"Fé para Hoje", nº. 9, 2001, p. 5).
A
graça é instrumento da vontade de Deus, a qual conduz o homem a glorificá-lO
pelo que Ele é e pelo que Ele faz. Se entendermos que o homem tem o mérito da
fé, que esta é condição ou preço a ser pago por nós para entrada no reino de
Deus, estamos destruindo a graça ao invés de louvá-la. A graça torna-se barata,
parcial, inócua, pois que reduzida a nada, conforme demonstrado no início deste
estudo. Em Isaías Deus declara: "Eu sou o Senhor; este é o meu nome!
Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor" (Isaías
42:8). Só quando começamos a entender o caráter soberano de Deus e nos
submetemos a Ele, podemos dizer como o Salmista: "Não a nós, Senhor,
nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua
fidelidade" (Salmos 115:1).
Em
João 1: 10 a 13, lemos: "Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o
mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o
que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que
creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais
não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela
vontade de algum homem, mas nasceram de Deus". Por que cremos? Porque
nascemos de novo, do alto, da Palavra e do Espírito Santo, pela vontade de
Deus, não pela vontade do homem, não por nossa própria vontade. Se não nascemos
espiritualmente por nossa própria vontade, e se a regeneração precede a fé, só
podemos crer se recebermos a graça de Deus. Nada podemos fazer para salvar-nos,
exceto clamar pela misericórdia, pela graça de Deus, a qual envolve todas as
coisas concernentes à salvação, inclusive o principal, que é a manifestação e a
manutenção da vida de Cristo em nós. Se assim entendermos e assim procedermos,
estaremos nos submetendo à vontade de Deus e buscando a glória dEle.
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CONTINUA...
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