("Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras,
para que ninguém se glorie" - Efésios 2: 8 e 9)
Reduzindo o pouco
a nada
Em
I Coríntios 1: 31, lemos: "Irmãos, pensem no que vocês eram quando
foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram
poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu o que para o
mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é
fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é
insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é, a fim
de que ninguém se vanglorie diante dele. É,
porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se
tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para
que, como está escrito: "Quem se gloriar, glorie-se no Senhor""
(grifamos).
A
graça da vida de Cristo em nós como iniciativa de Deus tem por escopo
justamente isto que conclui Paulo: a glória de Deus. Se tivermos de nos
gloriar, será no Senhor. Afinal, o propósito de Deus é fazer convergir em
Cristo todas as coisas (Efésios 1:10 e Colossenses 1: 15 a 20). Se você não
concorda com a graça plena porque ela retira completamente o seu mérito na
salvação, quero dizer-lhe que é para isso mesmo que ela serve, quer você aceite
ou não. Deus reduz a nada o nosso "eu" para que em nós se manifeste a
vida de Seu Filho. Ele reduz a nada o que é (seja pouco ou muito), para que
ninguém se glorie diante dEle.
A incapacidade
humana de crer
Nesse
ponto, pode surgir no íntimo de alguns esta indagação: "E o que significa
a minha fé, a minha decisão por Cristo?". Antes de responder a essa
questão, quero esclarecer um ponto muito importante: o homem natural, morto em
pecados, isto é, nascido na carne, escravo de sua natureza pecaminosa, não pode
crer porque o "pecado original" é exatamente a incredulidade. Uma das
palavras do grego que define "pecado" é o vocábulo harmatiós
que significa "pecar contra Deus e o semelhante por incredulidade",
conforme nos ensina o irmão LUIS CARLOS DOS SANTOS em seu estudo "Pecado
I". Explica ele que este "é o pecado por princípio, porque o
estado e a natureza da pessoa são pecaminosos. Este é o pecado denominado de
original pelo qual o homem teve seu espírito corrompido e, por conseqüência,
erra o alvo estabelecido por Deus ao homem".
Na
Bíblia de Estudo de Genebra
encontramos semelhante explicação nos comentários ao texto de Salmos 51:5, sob
o título "Pecado Original e Depravação Total", nos quais
lemos: "A doutrina do pecado original nos diz que nós não somos pecadores
porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores, nascidos com uma natureza
escravizada ao pecado. A expressão "depravação total" é comumente
usada para tornar explícitas as implicações do pecado original. Significa a corrupção
de nossa natureza moral e espiritual, que é total em princípio, ainda que não
em grau (porque ninguém é tão mau quanto poderia ser). Nenhuma parte de nosso
ser está isenta de pecado, e nenhuma das nossas ações é tão boa quanto devia
ser. Em conseqüência, nada do que fazemos é meritório aos olhos de Deus. Não
podemos ganhar o favor de Deus, pouco
importando o que fazemos; se a graça não nos salvar, estamos perdidos. Depravação total inclui incapacidade total, o que
significa não ter poder para crer em Deus ou na sua palavra"
(sublinhamos). De fato, se é certo que os que são dominados pela carne não
podem agradar a Deus (Romanos 8:8), como poderiam estes crer? Ora, sem fé é
impossível agradar a Deus (Hebreus 11:6); na carne também não podemos fazê-lo.
Logo a solução é viver pelo Espírito, o que só é possível após a vivificação.
Observe as palavras do próprio Jesus, ao falar a respeito da obra do Espírito
Santo, em João 16: 8 e 9: "Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os
homens não crêem em mim".
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CONTINUA...
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