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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ÁRVORES E FRUTOS - Parte 4


         É interessante notar que o fruto da árvore boa não são obras, mas disposição interior, caráter transformado que se manifesta no comportamento. A árvore boa produz o fruto do Espírito, e este se reflete nas ações do regenerado. A árvore má produz obras más, que jamais poderão ser comparadas ao fruto do Espírito. Em outros termos, qualquer obra praticada por um pecador é uma obra má, não interessa sob que pretexto seja realizada, e esse pecador pode até sugerir a si mesmo que está produzindo o fruto do Espírito, mas, por esforço próprio ele jamais conseguirá fazê-lo. Sempre tropeçará e se frustrará consigo mesmo.
         A questão é de natureza, não de atitude. Por isso, Jesus falou a Nicodemos, um religioso proeminente de sua época, que ele precisava nascer de novo. A religião para nada presta se não houver novo nascimento, se a divina semente não for plantada no coração do homem, religioso ou não. Deus, como semeador, é quem realiza essa obra de trocar o coração do pecador por um novo coração. Para tanto, Ele mandou Seu Filho à cruz para atrair nossa natureza pecaminosa a si, crucificando-a para que fôssemos libertos da semente do inimigo que estava arraigada ao nosso coração, ao nosso espírito, a saber, o pecado. Cristo morreu para o pecado (Romanos 6:10) que não era o dele (pois Ele nunca teve pecado), mas sim o nosso, a fim de que mortos para o pecado juntamente com Ele pudéssemos ter vida na Sua ressurreição, vida esta que nos é dada pelo Espírito Santo que em nós habita e nos habilita a crermos e a nos arrependermos do que éramos, após a obra da vivificação (Efésios 2: 1 a 10).

         É importante, nesse ponto, frisarmos o que é pecado. Nesse mister, convém indagar: Para qual tipo de pecado teria Cristo morrido? Qual a diferença entre pecado e atos pecaminosos? Certamente Cristo morreu para o pecado como natureza; Ele não atraiu atos pecaminosos, mas sim a natureza pecaminosa do homem. Conforme está escrito em I João 3:8, "Quem comete pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo". Ao vir Jesus, João Batista testificou: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (João 1:29). Portanto, Cristo veio para destruir as obras do diabo, e a principal delas é o pecado (não os pecados). Como ensinou nosso irmão LUIS CARLOS DOS SANTOS, o diabo é autopecador. Comentando o texto de Ezequiel 28: 14 a 16, asseverou: "Lúcifer era uma das criaturas mais privilegiadas no céu, entretanto escolheu, sem que ninguém o induzisse, formar para si um império. A partir desse desejo, foi achado iníquo, isto é, apresentou desequilíbrio que o levou à injustiça. Por isto foi profanado e expulso do paraíso de Deus. Neste ponto entendemos que o homem é heteropecador e o diabo autopecador. Aquele pecou porque foi tentado e enganado, mas este por escolha própria" (estudo "Pecado I"). A obra do inimigo, portanto, foi inocular o pecado na natureza do homem. O diabo, então, plantou a semente do pecado em Adão, que gerou uma raça caída e escravizada por esse pecado, que é chamado de "pecado original".

         A propósito, na BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA encontramos interessante lição sobre "Pecado Original e Depravação Total" que transcreveremos resumidamente:
         ""Pecado original", que quer dizer pecado derivado de nossa origem, não é uma expressão bíblica (a expressão é de Agostinho), mas coloca em foco a realidade do pecado no nosso sistema espiritual. A expressão "pecado original" não significa que o pecado faça parte da natureza humana como tal, pois "Deus fez o homem reto" (Ec. 7:29). Nem significa que o processo de reprodução e nascimento seja pecaminoso; a impurea associada à sexualidade na Lei (Lev. 12:15) era típica e cerimonial e não moral. Mais exatamente, "pecado original" significa que a pecaminosidade marca a cada um desde o nascimento, na forma de um coração inclinado para o pecado, antes de quaisquer pecados de fato cometidos. Essa pecaminosidade íntima é a raiz e a fonte desses pecados atuais. Ela nos foi transmitida por Adão, nosso primeiro representante diante de Deus. A doutrina do pecado original nos diz que nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores, nascidos com uma natureza escravizada ao pecado" (Comentários ao Salmo 51:5, p. 650).


(continua...) 

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