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segunda-feira, 18 de julho de 2011

DEVER, PODER E QUERER - Parte 11


            GILDÁSIO REIS foi feliz ao pontuar: "Diz-se que a vontade do homem é livre para decidir entre o bem e o mal. Mas é livre do quê? É livre para escolher o quê? A vontade do homem é a sua capacidade de escolher entre alternativas. A sua vontade de fato decide qual a sua ação entre um certo número de opções. Nenhum homem é compelido a agir contrário à sua vontade, nem forçado a dizer aquilo que não quer. Suas decisões não são formadas por uma força externa, mas por forças internas. A vontade toma decisões, e estas decisões tomadas não estão livres de influências. O homem escolhe com base nos sentimentos, gostos, entendimentos, anseios, etc. Em outras palavras, a vontade não é livre do homem mesmo. Suas escolhas são feitas pelo seu próprio caráter. Sua vontade não é independente de sua natureza".
            Aqui é que bate o ponto. O homem natural, morto em delitos e pecados, só é livre para fazer o que o seu coração mal dita. Seus sentimentos distorcidos, seu conhecimento do bem e do mal segundo seu código axiomático contaminado pelo pecado o compele a optar segundo sua vontade egoísta. É uma questão de natureza e, conseqüentemente, de tropismo. Enquanto a raiz busca o solo (geotropismo), a folha busca a luz (fototropismo). Enquanto o homem natural busca seus próprios interesses e a satisfação da carne, o homem espiritual busca os interesses do Alto e a atuação do Espírito. Como disse Paulo, "quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus, porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo" (Romanos 8: 5 a 7).
            Daí se vê claramente que ao homem natural, que é dominado pela carne, é impossível se submeter à lei de Deus e ao Espírito Santo. É por essa razão que ele precisa ser vivificado antes de qualquer coisa. Antes de crer, o homem precisa ter vida, pois ele está morto espiritualmente. Se nessa condição ele não consegue entender as coisas do Espírito de Deus, como poderia crê-las ou mesmo desejá-las? A vontade, portanto, é escrava de seu senhor, e o senhorio sobre homem natural é exercido pelo pecado, um estado de incredulidade e suposta independência em relação a Deus que por conta própria qualquer descendente de Adão não quer e nem pode admitir.
            Mas o texto base nos fala da operação da vontade divina, que é boa. Segundo a boa vontade de Deus, Ele opera em nós tanto o querer quanto o realizar. Assim, quando o incrédulo começa a sentir o desejo de crer, já é manifestação da graça e do poder de Deus. Lembro-me do testemunho de minha amada mãe, a respeito de uma certa sobrinha sua que lhe externou a vontade de crer no Evangelho que ela cria, ao que respondeu: "Essa vontade já é manifestação da graça de Deus". De fato, com ela, comigo, e com qualquer outra pessoa que tenha passado "da morte para a vida" há a lembrança de quando Deus começou a obra de convencimento do pecado e de desejo de ser liberto da velha natureza adâmica. Não fosse a graça divina, nosso querer jamais teria sido movido em direção à cruz, isto é, à morte da velha natureza.
            Portanto, o querer ser salvo também é divino, de sorte que nem a vontade exercemos no sentido da salvação. Quando queremos ser salvos de nós mesmos podemos ter a certeza de que é a graça divina operando.
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CONTINUA...

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