"Pois todo o que é nascido de Deus vence o mundo.
Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (I João 5:4)
Para
o verdadeiro cristão, aquele que é nascido de Deus, o mundo não é um
playground, mas um ringue. Há uma luta constante entre ele e os principados, as
potestades, os poderes deste mundo tenebroso, as forças espirituais da maldade
nas regiões celestes (Efésios 6:12). É um engano pensar que nossa luta é contra
a carne, porque essa é a luta do Espírito Santo, ou do nosso espírito unido a
Ele (Romanos 8:5). Aqui há uma questão de pendência natural, e fatalmente o
cristão atentará para os interesses do Espírito em detrimento dos interesses
carnais, aqueles que têm origem no homem, que são pelo homem e para o homem.
Carne não tem a ver tanto com o que é contrário à moral (que é conceito
humano), mas com o que tem início, meio e fim no homem, e não em Deus. Esse é o
motivo de sua oposição natural ao Espírito, que é Deus.
Fato é que, estando no mundo, o
cristão não mais se interessa pelas coisas do mundo, como se a ele pertencesse.
Não se conforma; não ama; não é íntimo; não usa suas regras, nem dele se
utiliza como se dele abusasse; não fala sua linguagem; não o conhece, nem dele
é conhecido. O mundo está morto no maligno, e o cristão autêntico está vivo em
Cristo. Eis aí toda a diferença.
O
cristão fala, e o mundo não escuta. O mundo fala, e o cristão não atenta. Ouve,
mas não responde. O mundo guia-se pelas trevas da mentira e da maldade. O
cristão anda na luz da Verdade, pois uma vez regenerado pela Palavra da Verdade, nada pode contra ela, mas sim em favor dela, sendo assim um oponente
natural dos poderes malignos regidos pelo "pai da mentira". Nada
parece ser mais forte do que a oposição entre Verdade e mentira. Bem por isso,
a primeira vestimenta que o protege nessa batalha é o cinturão da Verdade
("cingidos os vossos lombos com a verdade..." - Efésios 6:14).
Sobretudo, nos incita o apóstolo, devemos lançar mão do escudo da fé, com o
qual podemos apagar todos os dados inflamados do maligno (Efésios 6:16).
A vitória que vence o mundo é a nossa fé, que vem pela presença dAquele que é a
Verdade em nós. Cristo, vivendo em nós por Seu Espírito, é que nos faz
experimentar a fé vitoriosa sobre o mundo, que é a fé dEle mesmo.
Crendo
na verdade, lançando mão da fé como escudo, podemos vencer as lutas que nos são
reservadas neste mundo tenebroso, travadas em lugares invisíveis, e podemos
superar as agruras desta vida. Isso porque, com os olhos da fé fixamos nossa
vista nAquele que dela é o autor e consumador, sem O qual nada podemos fazer:
Cristo! Ele, ainda neste mundo, intercedeu por nós ao Pai no sentido de que não
nos retirasse do convívio com o mundo, mas que nos livrasse do mal. Certamente,
só pela misericórdia e graça Divinas podemos suportar a oposição que
natural e diuturnamente encontramos neste mundo. Só Ele pode nos sustentar
e não nos deixar demover da esperança que provém da fé nEle e dEle.
A
Palavra nos diz que os dias são maus, e que a cada dia é bastante o seu mal,
não o seu bem. Convém, portanto, remir o tempo e não se deixar vencer pela
ansiedade no dia de amanhã, porque cada dia trará consigo as suas preocupações.
Hoje é o dia em que Cristo é glorificado na vida dos filhos de Deus, e estes
podem lançar mão da fé dEle para prosseguir adiante. O amanhã trará consigo
suas conseqüências, e também a certeza de que a fé que nos foi outorgada em
Cristo é a única garantia de vitória sobre as tentações, provações, tribulações
e embates desta vida. Até o dia em que alcançaremos aquilo (ou Aquele) para o
qual também fomos alcançados.
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